Relação entre o tratamento do câncer de mama e a saúde dos músculos das mulheres

Massa muscular adequada também pode evitar risco de recidiva

HEVERSON BAYER | BAYER, CAMPOS COMUNIAçãO
29/05/2025 15h36 - Atualizado há 1 dia

Relação entre o tratamento do câncer de mama e a saúde dos músculos das mulheres
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A definição médica de sarcopenia é a perda gradual de massa muscular, força e função. Essa condição pode comprometer a qualidade de vida da pessoa, reduzindo sua capacidade de realizar tarefas diárias, levando-a, inclusive, à perda de sua independência e à necessidade de cuidados de longo prazo. A perda de massa magra pode acontecer naturalmente como parte processo natural de envelhecimento, uma vez que costuma afetar, geralmente, a população idosa, com 60 anos ou mais, embora a perda de massa muscular possa atingir também pessoas de diferentes faixas etárias, especialmente em razão de hábitos de vida inadequados. Além disso, algumas doenças crônicas, como o câncer, por exemplo, podem acelerar o processo de perda muscular e contribuir para o aumento das taxas de sarcopenia na população.

A cirurgiã oncológica de mama Priscila Morosini, do COP – Centro de Oncologia do Paraná, chama a atenção para a relação perda de massa muscular e câncer. “A quantidade de músculo que temos está diretamente atrelada à redução do risco de ter um câncer de mama e à redução do risco de recidiva desse tipo de câncer em mulheres após o tratamento”, destaca.

Meta-análise

Em janeiro de 2024, foi feita uma revisão de literatura com centros europeus, que traz dados dos principais estudos já publicados sobre sarcopenia e câncer de mama. Nessa meta-análise, intitulada “Sarcopenia in Breast Cancer Patients: a Systematic Review and Meta-analysis ” (Sarcopenia em pacientes com câncer de mama: uma revisão sistemática e meta-análise), publicada na revista científica MDPI, os autores resumiram evidências atuais sobre sarcopenia em câncer de mama não metastático e metastático (MBC) e identificaram a correlação entre o câncer e a sarcopenia nos resultados das pacientes.

Segundo o estudo apresentado, a composição corporal está relacionada com os diagnósticos de câncer e eventual toxicidade do tratamento. Os autores da revisão sugerem que pacientes com câncer de mama com baixa massa muscular em ambientes metastáticos e não metastáticos têm mais toxicidade relacionada ao tratamento. Um dos pontos de relevância da meta-análise diz respeito à importância da avaliação da composição corporal, como a medição da massa muscular esquelética, e então poder melhorar a gestão do tratamento e prevenir eventos adversos graves.

Dra. Priscila Morosini, que é também presidente da ONG PorMinhasMamas, cita que o câncer de mama é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo e faz um alerta. “Pacientes com câncer de mama passam por rigoroso tratamento oncológico e geralmente apresentam alterações de peso. Por isso é importante cuidar da saúde como um todo, inclusive conhecendo a composição corpórea das pacientes para adequada intervenção durante o processo de quimioterapia, bem como boa alimentação e hidratação adequada. Com boa musculatura, com boa composição corporal, é possível diminuir o risco de a mulher precisar, durante o tratamento oncológico, pausar a quimioterapia ou diminuir a dose de quimioterápicos em função de toxicidade. A saúde dos músculos tem total relação com o tratamento oncológico e, depois, com a melhora na qualidade de vida e redução do risco de recidiva”.

Da mesma forma que o câncer pode levar à sarcopenia por influenciar na perda da massa muscular, tanto em razão da queda imunológica quanto pelo impacto do tratamento medicamentoso, a quantidade adequada de massa muscular pode contribuir para reduzir o risco de câncer e de recidiva. Portanto, “é fundamental atentar para a manutenção da massa muscular por meio da prática de atividade física que leve ao fortalecimento muscular como musculação ou pilates, além, evidentemente, de prezar pela qualidade nutricional dos hábitos alimentares”, alerta Dra. Priscila Morosini.


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