Segundo a organização Education Northwest, a participação ativa dos pais na educação dos filhos está associada a melhorias significativas no comportamento em sala de aula e no desenvolvimento de competências sociais. No ensino bilíngue, esse apoio torna-se ainda mais importante para criar um ambiente rico em repertório e significados.
Para Vanessa Codecco, head pedagógica do Twice Bilingual, sistema de ensino bilíngue da Rhyzos Educação, o aprendizado de um segundo idioma na infância deve ser um processo coletivo e afetuoso: “Aprender uma nova língua desde pequeno é uma jornada encantadora, mas que se torna ainda mais potente quando a família participa. Ao trazer o inglês para momentos simples do dia a dia, como cantar uma música, contar uma história ou nomear objetos da casa, os pais reforçam o que é aprendido na escola de maneira leve e natural”.
A escola, por sua vez, tem um papel essencial em orientar e acolher essas famílias, mostrando que o envolvimento não exige fluência no idioma. Ainda de acordo com Vanessa, estratégias como envio de bilhetes e vídeos explicativos, sugestão de atividades em casa e abertura para diálogo constante são práticas que podem ser adotadas para estreitar essa parceria.
“Além disso, sempre sugerimos criar momentos em casa em que o inglês apareça de forma espontânea e prazerosa, como assistir a desenhos animados com áudio original, ouvir músicas infantis bilíngues, brincar com jogos que envolvam cores, números ou comandos em inglês. A leitura compartilhada também é uma excelente aliada; mesmo que os pais não tenham domínio do idioma, podem explorar livros ilustrados e reforçar o interesse da criança pelas palavras e sons”, complementa a porta-voz.
Ainda, outro ponto importante é o fortalecimento do vínculo escola-família, que passa por ações contínuas de comunicação e envolvimento. A head conta que a realização de eventos temáticos bilíngues, feiras culturais ou oficinas em família, ajuda a mostrar, na prática, o valor do segundo idioma e estimula a curiosidade das crianças.
Os benefícios do envolvimento familiar vão além da linguagem. Segundo levantamento da Fundação Lemann (2023), crianças que têm apoio e incentivo em casa desenvolvem mais autoconfiança, mostram maior engajamento escolar e constroem uma relação mais positiva com o aprendizado. No caso da educação bilíngue, isso também contribui para a construção da identidade cultural e da visão de mundo desde cedo.
Vanessa reforça que não é preciso transformar a casa em uma extensão da sala de aula, mas sim tornar o idioma parte da rotina de forma afetiva e respeitosa: “O mais importante é que a criança sinta que aprender inglês é algo divertido, útil e valorizado por quem ela ama. Quando pais e responsáveis demonstram interesse, mesmo que não dominem o idioma, a criança se sente motivada e segura para explorar novos desafios”.
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GIOVANNA REBELO ALVES
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