Bando Mukuvu apresenta novo espetáculo no Centro Cultural São Paulo
Mukuvu - uma festa para engravidar corações mescla danças de matrizes africanas com linguagens corporais urbanas e promove o encontro de instrumentos musicais tradicionais com tecnológicos
NOSSA SENHORA DA PAUTA ASSESSORIA DE COMUNICAçãO
26/05/2025 15h00 - Atualizado há 2 dias
Crédito Paulo Pereira
Abordando identidade e território a partir da cultura e memória, o Bando Mukuvu estreia MUKUVU – uma festa para engravidar corações, seu mais novo espetáculo de dança e música. O espetáculo faz apresentações gratuitas dias 6, 7 e 8 de junho, sexta-feira e sábado, às 20h e domingo, às 18h, no Centro Cultural São Paulo, onde o grupo também viabiliza uma série de ações formativas com vivências e rodas de conversa. Antes de aportar no Centro Cultural São Paulo, a coreografia com concepção e direção de Paloma Xavier e elenco formado pelos intérpretes criadores e musicistas Dêssa Souza, Iúna Augusto, Liliane Rodriguês, Mateus Rodrigues, Paloma Xavier e Renato Ihú, faz duas apresentações gratuitas no dia 28 de maio, quarta-feira, às 10h30 e 15h, na Fábrica de Cultura da Brasilândia. MUKUVU – uma festa para engravidar corações começa ainda fora do palco, com o bando chegando de uma jornada, carregando objetos simbólicos – suas próprias bagagens. A música de abertura é conduzida pelo som de cuícas, também conhecida como mukuvu em língua lunda, tocada através de uma bateria eletrônica (MPC). A dramaturgia se constrói em solos, duos, trios e conjuntos, revelando a singularidade de cada um dentro de um tempo coletivo, já que todos os artistas em cena atuam, dançam, cantam e tocam. As apresentações, vivências e rodas de conversa integram o projeto Miolo de Caule idealizado pelo Bando Mukuvu e contemplado na 37ª Edição do Fomento à Dança da Cidade de São Paulo. Movimentos do centro do corpo A construção estética e dramatúrgica de MUKUVU – uma festa para engravidar corações se dá a partir da filosofia Bantu, especialmente os estudos sobre o cosmograma bakongo, que apresenta uma organização do tempo fundamentada nos ciclos da natureza, além do conceito de tempo espiralar, trazido por Leda Maria Martins, que permite que passado, presente e futuro coexistam. “Na encenação, isso se traduz em uma coreografia que não busca descrever essas ideias, mas sim estruturá-las como base sensível e poética da narrativa”, explica Paloma Xavier. Ela conta que desde 2016, o Bando Mukuvu investiga os movimentos do centro do corpo – umbigada – e a relação deles com os movimentos femininos ao seu entorno, em especial de mulheres periféricas de ascendência afro indígenas. “Foi então que passamos a nos encontrar com danças que promovem a umbigada como gesto ritual e de celebração. Em MUKUVU – uma festa para engravidar corações a umbigada surge como símbolo central a partir da pesquisa sobre o ventre – suas dinâmicas físicas, políticas e culturais. Esse gesto ancestral, presente em danças como o batuque de umbigada, é incorporado de forma transversal na encenação: na coreografia, na música e na dramaturgia. Ele não é apenas um movimento, mas um elo simbólico entre corpos e tempos, evocando fertilidade, encontro e continuidade. “Na coreografia, vivenciamos essas danças em seus aspectos técnicos e simbólicos, incorporando-as a partir das histórias corporais dos intérpretes. A umbigada, portanto, se torna motor criativo, capaz de entrelaçar memórias, identidades e ancestralidades em um movimento espiralar que impulsiona a cena”, pontua Paloma Xavier. A musicalidade, inspirada nas congadas, na caiumba e no samba de bumbo, é outro elemento fundamental na cena, criando uma escuta ativa para o tempo espiralar. A música de MUKUVU – uma festa para engravidar corações é composta a partir das tradições banto-sudestinas, com seus tambores e cantos, mas também dialoga com sonoridades eletrônicas como guitarra, contrabaixo e mpc. Essa combinação gera um ambiente sonoro híbrido, que sustenta a coreografia e amplia a escuta para diferentes temporalidades. Ações formativas Paralelo as apresentações de MUKUVU – uma festa para engravidar corações, o Bando Mukuvu promove uma série de ações formativas no Centro Cultural São Paulo. No dia 4 de junho, quarta-feira, das 14h às 17h, acontece a Vivência prática de Congada e Moçambique Mineiro com os capitães da Irmandade Nossa Senhora do Rosário do Jatobá (Belo Horizonte) tradicional confraria negra de Minas Gerais que celebra a fé, a memória e a luta do povo negro no sudeste. Durante a vivência, ministrada pelo Capitão Mor Juarez Barros e pela segunda capitã da Congada São Benedito Ritielly Karoline, os participantes terão a oportunidade de conhecer os fundamentos históricos e espirituais da congada e do Moçambique e aprender na prática toques, cantos e passos dessas expressões. No mesmo dia 4 de junho, das 19h às 21h30, acontece a roda de conversa Congados e Moçambiques - Reinados negros em São Paulo e Minas Gerais com participação de integrantes da Irmandade Nossa Senhora do Rosário do Jatobá (MG), Congada São Benedito de Cotia (SP), Congada Santa Efigênia de Mogi das Cruzes (SP), Kambaiá - Cia. de Moçambique (SP). O bate-papo propõe uma vivência que articula história oral, dança, música, religiosidade e identidade afro-brasileira. O Bumbo e o Tambú - Tambores que encantam os umbigos é o tema da roda de conversa que acontece dia 7 de junho, sábado, das 15h às 17h, com a participação de Antonio Filogênio de Paula Junior, do Batuque de Umbigada de Piracicaba; Rosa Lira Pires Sales, do Samba de Bumbo Nestão Estevam, de Campinas; e Alessandra Ribeiro, do Jongo Dito Ribeiro, também de Campinas. Autores do livro Ngoma Chamou, eles nos conduzem uma prosa viva sobre as expressões culturais de matriz africana Bantu que ecoam no Oeste Paulista. Já nos dias 11 e 12 de junho, quarta e quinta-feira, das 14h às 18h, o Bando Mukuvu realiza vivências práticas sobre seus métodos de pesquisa e criação. No primeiro dia os artistas Fagner Lourenço, Patrícia Ashanti e Paloma Xavier realizam a vivência Visualidades que dançam - Poética Visual do Bando Mukuvu, um mergulho nos estudos e processos criativos que compõem a linguagem visual do Bando Mukuvu. Já no segundo dia com o tema Espiral de corpo e música - Criação cênica do Bando Mukuvu os integrantes Dêssa Souza, Iúna Augusto, Mateus Rodrigues, Liliane Rodriguês e Paloma Xavier compartilham os os processos criativos e as pesquisas que atravessam a dramaturgia do Bando Mukuvu. A série de ações formativas se encerra com a oficina Experimentos Afro Corpóreos, que acontece de 16 de junho a 7 de julho, segunda-feira, das 10h às 12h30, na Casa das Invenções, sede do Grupo no bairro do Campo Limpo. Ministrada por Janette Santiago a oficina é uma aula de dança que explora as corporalidades afro-diaspóricas e convida para experienciar e investigar o movimento. Sobre o Bando Mukuvu O grupo, que trabalha com investigação de corporeidades e de musicalidades nutridas pelo bem cultural presente na memória e resistência do povo, sobretudo no Sudeste brasileiro, unindo a linguagem das artes cênicas, música, artes visuais e audiovisual em obras autorais, teve início em 2013 no encontro entre as artistas Paloma Xavier e Oz Ferreira, em São Paulo. Do encontro entre as duis artistas nasceu o experimento cênico Cerrado (2013) e o grupo foi batizado em primeiro momento como Pepalantus Núcleo. Nos anos seguintes foram criadas outras obras, como o experimento cênico Entre Umbigos (2016), o vídeo dança Casa Sã (2020), o espetáculo e vídeo dança Onde a Casa Mora (2022) e o espetáculo Mukuvu - uma festa para engravidar corações (2023). Desde 2018 o Núcleo realizou trabalhos em dois estados: São Paulo e Mato Grosso, incorporando também artistas de cada território. A partir de 2023, o Pepalantus foi desmembrado em dois núcleos: Bando Mukuvu (SP) e Roça de Sal (MT), buscando assim maior autonomia para ambos os coletivos que ao longo dos anos desenvolveram pesquisa própria em cada estado. O Bando Mukuvu pesquisa há nove anos práticas corporais, musicais, filosóficas e culturais de tradições de origem Bantu no Sudeste do Brasil. Serviço: Espetáculo MUKUVU – uma festa para engravidar corações Com Bando Mukuvu 28 de maio, quarta-feira, às 10h30 e 15h. Fábrica de Cultura da Brasilândia – Av. General Penha Brasil, 2508 – Brasilândia, São Paulo. 6, 7 e 8 de junho, sexta-feira e sábado, às 20h e domingo, às 18h. Centro Cultural São Paulo [Sala Adoniran Barbosa] – Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade, São Paulo. 60 minutos | Livre | Gratuito (ingressos na bilheteria duas horas antes do início da sessão). Ações formativas Informações e inscrições pelo Instagram @bandomukuvu Ficha técnica: Intérpretes Criadores e Musicistas – Dêssa Souza, Iúna Augusto, Liliane Rodriguês, Mateus Rodrigues, Paloma Xavier e Renato Ihú. Músico e Sonoplasta – Gab Alves. Direção e Concepção – Paloma Xavier. Direção Musical – Iúna Augusto. Direção Vocal – Dêssa Souza. Dramaturgia – Jéssica Nascimento Olaegbé e Paloma Xavier. Composição de Trilha Sonora Original – Iúna Augusto, Dêssa Souza e Gab Alves. Orientadora Corporal e Coreográfica – Janette Santiago. Orientador de Pesquisa – Renato Ihú. Preparação Física – Mateus Rodrigues. Iluminação – Fagner Lourenço. Cenografia – Fagner Lourenço, Patrícia Ashanti e Paloma Xavier. Figurino – Paloma Xavier. Costura e Customização – Solange Wohlers e Patrícia Ashanti. Produção Artística e Cenotécnica – Patrícia Ashanti. Produção Executiva – Simone Gonçalves [Pin Rolê Invenções]. Artista Audiovisual e Fotografia – Paulo Pereira [Teia documenta]. Intérprete de Libras – Paloma Nunes. Social Mídia – Patrícia Lima. Design Gráfica – Camila Ribeiro. Assessoria de Imprensa – Frederico Paula [Nossa Senhora da Pauta]. Apoio – Casa das Invenções. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
FREDERICO PAULA JUNIOR
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