Por que empresas estão apostando em desafios de bem-estar que também estimulam a solidariedade entre colaboradores

Iniciativas que integram saúde física, mental e ações sociais crescem entre organizações que buscam engajamento, retenção e cultura mais humana no ambiente corporativo

SARAH ABRãO
26/05/2025 11h20 - Atualizado há 1 dia

Por que empresas estão apostando em desafios de bem-estar que também estimulam a solidariedade entre colaboradores
Foto: Divulgação
 

Caminhada coletiva, meditação guiada, aulas de yoga, vídeos motivacionais e até doações para colegas em situação de vulnerabilidade. A combinação pode parecer inusitada, mas representa uma tendência cada vez mais comum dentro das estratégias de engajamento e cultura de empresas globais.

O movimento está alinhado ao crescimento do conceito de employee experience e à necessidade de respostas práticas diante do esgotamento mental e físico que impacta milhões de profissionais no Brasil e no mundo. Dados da International Stress Management Association (ISMA-BR) indicam que cerca de 72% dos trabalhadores brasileiros sofrem com estresse frequente e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera o ranking de países mais ansiosos do mundo, com mais de 18 milhões de pessoas afetadas por transtornos de ansiedade — cerca de 9,3% da população, em dados de 2019.

Ademais, os dados revelam um cenário preocupante: 30% dos afastamentos do trabalho no país estão ligados à saúde mental, de acordo com levantamento do Ministério da Previdência Social. Para empresas com operações complexas, como as do setor industrial, ações que promovem o bem-estar integral dos colaboradores deixaram de ser iniciativas pontuais para se tornarem parte do planejamento estratégico.

A Trane Technologies, por meio de suas marcas Trane® e Thermo King®, companhia global em soluções de climatização sustentáveis, por exemplo, figura entre as organizações que investem em iniciativas do tipo — como o Be Well Challenge, que envolve colaboradores e seus familiares em um desafio de seis semanas focado em saúde e solidariedade.

Em São Paulo, onde a empresa mantém parte de suas operações na América Latina, a edição de 2025 do desafio conta com uma programação especial de atividades presenciais e virtuais. Estão previstas caminhadas coletivas em parques da cidade, sessões de yoga e meditação conduzidas por profissionais convidados, além de ações de incentivo à alimentação equilibrada e à conexão social, como rodas de conversa e trilhas de aprendizado sobre bem-estar emocional e financeiro.

“Quando as empresas investem em bem-estar, não estão apenas promovendo qualidade de vida, mas também reforçando vínculos de pertencimento, propósito e cuidado”, afirma Cristian Drewes, Diretor Geral da Trane Technologies no Brasil. “No nosso caso, esse vínculo se estende à solidariedade, com um fundo de assistência aos colaboradores que podem receber doações corporativas conforme o engajamento dos times”.

O modelo adotado pelas organizações, que une metas pessoais de saúde com impacto social, também dialoga com o desejo crescente dos trabalhadores em participar de ambientes mais éticos e colaborativos - além do desejo de ajudar o próximo. Segundo estudo da consultoria Robert Half, 85% dos profissionais brasileiros preferem trabalhar em empresas com propósito claro e ações sociais consistentes.

Com um mercado de trabalho em transformação e o aumento da cobrança por políticas de saúde e bem-estar, iniciativas como essa tendem a ganhar mais espaço no cotidiano corporativo — não apenas como incentivo à produtividade, mas como resposta concreta às demandas humanas dos novos tempos.


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SARAH ABRÃO CARDOSO
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