Celebrado em 28 de maio, o Dia Mundial do Brincar nos convida a olhar para a infância com mais atenção, respeito e escuta. Longe de ser uma atividade meramente recreativa, o brincar é um modo de conhecer o mundo, comunicar ideias e expressar sentimentos. No Colégio Humboldt, essa compreensão está no centro do fazer pedagógico. A instituição adota uma prática educativa que reconhece a criança como protagonista do seu próprio processo de aprendizagem e valoriza o professor como mediador sensível, capaz de estimular a curiosidade natural e ampliar os horizontes do pensamento infantil.
A escola valoriza a infância como uma fase de descobertas e potencial criativo, oferecendo espaços cuidadosamente planejados para promover a autonomia, a investigação e o diálogo entre as crianças. Os ambientes são organizados para estimular a curiosidade, a convivência e a expressão por meio de múltiplas linguagens. “Acreditamos que a criança tem muitas formas de se expressar e investigar. O brincar é uma dessas linguagens. Por isso, oferecemos tempo, espaço e materiais para que ela possa construir conhecimento de forma ativa e significativa”, afirma Erik Hörner, diretor pedagógico e administrativo do Colégio Humboldt.
Esse olhar respeitoso e instigante se reflete no papel do educador. Em vez de ser um transmissor de conteúdos prontos, o professor atua como um provocador de ideias. Ele observa, escuta e propõe caminhos a partir do que emerge das interações das crianças com os colegas, com os materiais e com o ambiente. “Nosso trabalho é fazer perguntas, sugerir possibilidades, provocar conexões. Quando confiamos na criança e em sua capacidade de pensar, ela se mostra ainda mais potente”, complementa Hörner.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) corrobora essa abordagem ao afirmar que a criança tem direito à participação ativa e à construção de sentidos por meio de múltiplas formas de expressão, como a arte, a brincadeira, a linguagem oral e escrita, o corpo e o movimento. O brincar, portanto, deixa de ser visto como uma pausa entre momentos “mais sérios” da rotina escolar e passa a ser compreendido como parte estruturante do processo educativo.
Nesse contexto, a pausa também ganha novo significado. Em uma sociedade marcada pela aceleração e pela produtividade, valorizar o tempo da criança é um gesto pedagógico e ético. O momento do brincar livre, do silêncio, da observação e até do tédio é fértil para o desenvolvimento da criatividade, da autonomia e do pensamento crítico. “A pausa permite que a criança elabore o que vive, organize ideias e crie novas hipóteses. É no tempo desacelerado que o aprendizado se aprofunda”, explica Hörner.
A formação contínua dos educadores é parte fundamental desse processo. Um dos principais interlocutores da escola é o educador Paulo Fochi, referência nacional na abordagem Reggio Emilia no Brasil. Suas contribuições ajudam a aprofundar a compreensão sobre a escuta ativa, a documentação pedagógica e o valor das interações como motor do aprendizado. Ele destaca que a criança não aprende sozinha, nem apenas com o professor, mas sim no encontro com o outro — com o grupo, com os espaços e com as situações que provocam pensamento.
Celebrar o Dia Mundial do Brincar é, portanto, reafirmar o compromisso com uma educação que respeita os tempos da infância, que reconhece o brincar como direito e que entende o professor como um pesquisador da própria prática. Mais do que uma data simbólica, é uma oportunidade de lembrar que a escola é lugar de relações, de descobertas e de escuta verdadeira. Como resume Hörner: “Quando abrimos espaço para que a criança brinque, investigue e nos mostre quem é, estamos dizendo a ela que confiamos em sua inteligência, em sua criatividade e na sua forma única de construir o mundo”.
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RAFAELLA COUTO GOMES
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