Longevidade com saúde exige prevenção, autonomia e cuidados contínuos

Especialistas do CEJAM destacam a importância do cuidado integral para garantir qualidade de vida na terceira idade

VITóRIA ROSA
20/05/2025 13h06 - Atualizado há 14 horas

Longevidade com saúde exige prevenção, autonomia e cuidados contínuos
Foto: Freepik

São Paulo, maio de 2025 - A expectativa de vida no Brasil tem aumentado de forma consistente nas últimas décadas. Com ela, cresce também o interesse da população por caminhos que permitam um envelhecimento com saúde e autonomia. Segundo projeções do IBGE, até 2030 o número de pessoas com 60 anos ou mais deve superar o de crianças e adolescentes de até 14 anos. E até 2050, os idosos representarão quase um terço da população brasileira.

Segundo o geriatra Dr. Sergio Alves, da UBS Jardim Comercial, unidade gerida pelo CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”) em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP), “envelhecer bem começa muito antes da chegada à terceira idade e envolve hábitos saudáveis, acompanhamento regular e um olhar ampliado sobre o envelhecimento”.

A promoção da longevidade saudável vai além da ausência de doenças: envolve o fortalecimento da funcionalidade, da vida ativa e dos vínculos sociais, mesmo diante de condições crônicas, como hipertensão e diabetes, cada vez mais prevalentes nessa faixa etária. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% das pessoas idosas viverão com pelo menos uma condição crônica.

Para Dr. Sergio, o segredo está em uma abordagem centrada na pessoa. “O idoso pode ter doenças crônicas, mas isso não significa perder qualidade de vida. Com acompanhamento, hábitos saudáveis e suporte adequado, é possível envelhecer bem”, afirma.

A recomendação do geriatra é que a assistência à saúde do idoso não se concentre apenas na terceira idade, mas seja antecipada ainda na meia-idade. A prática regular de atividades físicas, a alimentação equilibrada, o controle de doenças, a vacinação em dia e o bem-estar emocional são elementos fundamentais. “A funcionalidade é um dos principais indicadores de saúde para essa população. Quanto mais autonomia preservada, melhor a qualidade de vida. Precisamos mudar o chip: sair do foco exclusivo na doença e reforçar a manutenção da saúde e da capacidade de viver com independência”, explica.

Nesse cenário, a saúde mental ocupa papel central, mas muitas vezes ainda recebe menos atenção do que deveria. O cuidado com transtornos como depressão e demência exige sensibilidade e abordagem contínua. O médico lembra que o estigma em torno dessas condições pode atrasar diagnósticos e dificultar o acesso ao tratamento. “A estratégia começa na atenção primária. Durante as consultas e visitas

domiciliares, as equipes estão preparadas para identificar sinais de alerta. O diálogo aberto com o idoso e sua família é essencial”, ressalta.

No caso da depressão, o tratamento costuma envolver terapia e, quando necessário, medicação. Já em situações de demência, como o Alzheimer, o diagnóstico precoce pode retardar a progressão da doença e melhorar significativamente o bem-estar. O acompanhamento deve ser contínuo e, quando indicado, encaminhamento a serviços especializados como os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial).

A evolução das políticas públicas voltadas ao envelhecimento também tem sido importante. Para o especialista, o Brasil tem avançado, mas ainda há um caminho a ser percorrido para consolidar ações mais estruturadas e integradas.

“Pensar nas políticas de saúde pública para o envelhecimento no Brasil é como ver uma planta crescendo: demos passos importantes, mas ainda temos galhos que precisam de mais força e cuidado para dar bons frutos”, compara. Um dos marcos mais relevantes é a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), que propõe uma atenção integral com foco na funcionalidade. “O olhar se expandiu para além da doença, passando a considerar a autonomia como um indicador-chave de saúde. As diretrizes dessa política falam sobre envelhecimento ativo, integração das ações de saúde, estímulo à participação social e garantia de recursos para o cuidado”, complementa o especialista.

Linha de Cuidados da Saúde do Idoso

O CEJAM tem investido na consolidação de modelos de cuidado voltados à pessoa idosa, com foco em prevenção e promoção da qualidade de vida. Em unidades de saúde sob sua gestão, a “Linha de Cuidados da Saúde do Idoso” articula ações que vão desde o monitoramento clínico até o estímulo à participação social, passando por avaliações amplas e orientações contínuas sobre saúde física e mental.

O programa se baseia em uma abordagem integrada e personalizada, com a realização de Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa (AMPI), rastreamento de condições prevalentes, imunização, orientação sobre hábitos saudáveis e prevenção de quedas. Ações de promoção da saúde mental, como rodas de conversa, grupos terapêuticos e escuta qualificada, também fazem parte da rotina. O acompanhamento inclui, ainda, visitas domiciliares e ações voltadas à saúde bucal, atividade física e fortalecimento de vínculos.

A UBS Jardim Maracá – administrada em parceria com a SMS-SP –, por exemplo, acompanha atualmente 4.815 idosos, o que representa 19% da população cadastrada na unidade. A gerente da UBS, Márcia Paschoaleto, explica que a proposta é promover um cuidado longitudinal e coordenado. “Acompanhamos o idoso com foco na autonomia e na prevenção. O trabalho integrado entre profissionais de diferentes áreas

e a conexão com os demais serviços da rede são fundamentais para garantir continuidade e qualidade no cuidado”, afirma.

Entre os resultados observados estão a melhora no controle de doenças crônicas, a ampliação da adesão aos tratamentos, a preservação da capacidade funcional e a detecção precoce de vulnerabilidades. A adoção de protocolos clínicos e o uso de sistemas de informação integrados também contribuem para a eficiência do modelo. “O cuidado centrado na pessoa, e não apenas na doença, tem feito a diferença na vida dos nossos pacientes”, conclui a gestora.

 

Sobre o CEJAM

O CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com o poder público no gerenciamento de serviços e programas de saúde em São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Campinas, Carapicuíba, Barueri, Franco da Rocha, Guarulhos, Itu, Santos, São Roque, Ribeirão Preto, Lins, Assis, Ferraz de Vasconcelos, Pariquera-Açu, Itapevi, Peruíbe e São José dos Campos.

A organização faz parte do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROSS), e tem a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde.

O CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS), tendo conquistado, em 2025, a certificação Great Place to Work. O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.

Reforçando seu compromisso com a sustentabilidade, em 2024, tornou-se signatário do Pacto Global da Organização das Nações Unidas. No ano de 2025, a instituição lança a campanha" 365 novos dias de saúde, inovação e solidariedade", em apoio aos princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança). Siga o CEJAM nas redes sociais (@cejamoficial) e acompanhe os conteúdos divulgados no site da instituição.

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Vitoria Rosa Barros
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