Nesta terça-feira (20), completam-se 42 anos da identificação do vírus HIV (vírus da imunodeficiência humana), causador da Aids. Para marcar a data, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo divulgou balanço das ações que têm permitido à capital manter, em 2024, o oitavo ano seguido de queda nos novos casos de infecção por HIV e o décimo ano de decréscimo nos registros de Aids.
Desde 2016, São Paulo também é pioneira mundial entre grandes metrópoles na eliminação da transmissão vertical do HIV, graças à ampliação e à qualificação do atendimento pré-natal. A certificação, concedida em 2019 pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde, foi renovada em 2021 e 2023, atestando a manutenção das metas alcançadas.
De acordo com o último Boletim Epidemiológico HIV/Aids, em 2024 a cidade registrou 1.766 novos casos de infecção por HIV, uma redução de 53% em relação aos 3.761 contabilizados em 2016. A taxa de detecção caiu de 32,3 para 14,7 casos por 100 mil habitantes (queda de 54,7%). No grupo etário de 15 a 24 anos, historicamente o mais afetado, a redução chegou a 59% em novas infecções no ano passado.
Para potencializar a resposta à epidemia, a SMS adotou a estratégia I=I (“Indetectável = Intransmissível”), que recomenda o início imediato da terapia antirretroviral logo após o diagnóstico. A abordagem baseia‑se em evidências de que pessoas com carga viral indetectável não transmitem o HIV sexualmente. Além de melhorar o prognóstico individual, a medida visa reduzir a circulação do vírus na população.
A rede municipal especializada em IST/Aids engloba 29 serviços: 17 Serviços de Atenção Especializada (SAE), 10 Centros de Testagem e Aconselhamento (incluindo um itinerante), a Estação Prevenção Jorge Beloqui e o canal digital SPrEP (PrEP e PEP online). Em 2024, os SAEs realizaram 310 mil consultas e 891 mil atendimentos; os CTAs registraram 348 mil atendimentos e as ações extramuros, 1.310 atividades. Desde sua inauguração em junho de 2023, a Estação Jorge Beloqui já contabiliza 24 mil atendimentos, e o SPrEP ultrapassou 4 milhões de acessos em dois anos.