Fraude no INSS ultrapassa R$ 90 bilhões e expõe vulnerabilidade de aposentados

Advogado Dr. Márcio Coelho chama atenção para dificuldades dos idosos com uso de aplicativo para reembolso

MáRCIA STIVAL ASSESSORIA
15/05/2025 16h33 - Atualizado há 7 horas

Fraude no INSS ultrapassa R$ 90 bilhões e expõe vulnerabilidade de aposentados
reprodução internet
As investigações em torno da fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ganharam novos contornos. Além dos descontos mensais indevidos que atingem milhões de aposentados, foi constatado um esquema ainda mais perverso: a contratação fraudulenta de empréstimos consignados. Em muitos casos, os valores foram depositados diretamente nas contas dos beneficiários sem qualquer solicitação, sendo posteriormente descontados dos proventos, acrescidos de juros e correções considerados abusivos.

Segundo cálculos preliminares, o montante desviado ultrapassa os R$ 90 bilhões. De acordo com o advogado previdenciário e trabalhista Dr. Márcio Coelho, o caso revela não apenas uma falha sistêmica, mas um ataque direto à dignidade de uma população já fragilizada.


“Estamos lidando com uma parcela da população que, na maioria das vezes, é composta por pessoas humildes, sem acesso adequado à informação ou à internet. Muitos se depararam com dinheiro na conta e, sem entender a origem, usaram-no para suas necessidades básicas. Depois, foram surpreendidos por descontos intermináveis. É desumano”, afirmou.

O Governo Federal sinalizou a criação de um aplicativo para que os aposentados possam solicitar o reembolso dos valores descontados indevidamente. Contudo, a proposta tem gerado apreensão quanto à acessibilidade e à inclusão digital dos beneficiários.

“O INSS sabe exatamente quem foram os prejudicados. Os descontos foram feitos em folha, estão documentados e contabilizados. Exigir que o idoso baixe um aplicativo, preencha dados e faça um requerimento digital é mais uma barreira para quem já foi lesado. É burocracia onde deveria haver reparação automática”, observou Dr. Márcio.

Para ele, a medida demonstra falta de sensibilidade e transparência do poder público. “Falta clareza sobre os critérios, prazos e formas de ressarcimento. Isso só aumenta a angústia de quem já sofre calado”, completou.

O caso já motivou o ingresso de ações judiciais coletivas que buscam o ressarcimento em dobro dos valores cobrados indevidamente, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor quando há má-fé comprovada.

“A Justiça começa a se mover, mas é essencial que os aposentados saibam que têm direitos. Precisamos garantir que essas pessoas tenham voz e acesso à reparação. O silêncio e a exclusão digital não podem continuar sendo desculpa para impunidade”, finalizou o advogado.

A Defensoria Pública da União, o Ministério Público e entidades de defesa dos idosos acompanham o caso, que promete ser um dos maiores escândalos da história recente da previdência social brasileira.

Dr. Márcio Coelho atua nas áreas trabalhista e previdenciária há mais de 40 anos. Durante sua carreira, foi presidente da Comissão de Acidentes do Trabalho da OAB-SP e é Conselheiro do Instituto Arnaldo Faria de Sá.


 

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MARCIA ROSANE STIVAL
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