14 países em seis semanas: ultramaratonista brasileiro celebra aniversário com chegada à Suíça durante 2ª Volta ao Mundo

Alexandre Sartorato, que completou 53 anos, saiu do calor desértico no Egito e seguiu rumo à Grécia, onde já enfrentou neve no primeiro trecho europeu

Pietra Nebot Marini
14/05/2025 10h44 - Atualizado há 19 horas

14 países em seis semanas: ultramaratonista brasileiro celebra aniversário com chegada à Suíça durante 2ª Volta ao Mundo
Bob Nakabayashi
Alexandre Sartorato, ultramaratonista brasileiro e primeiro homem a dar a volta ao mundo correndo, em 2007. Atualmente em seu segundo desafio, o atleta completou seis semanas do percurso que iniciou no Egito. Desde então passou correndo por Grécia, Albânia, Macedônia, Sérvia, Kosovo, Montenegro, Bósnia e Herzegovina e Croácia. De Split, na Croácia, voou para o aeroporto de Fiumicino, na Itália, e já passou pelo Vaticano, San Marino e Áustria. Na última segunda-feira (12), dia de seu aniversário, atravessou a fronteira para a cidade de Samnaun, nos Alpes da Suíça. “As dificuldades são inúmeras: a irregularidade do solo, altitude das montanhas, falta de abastecimento, amplitude térmica do calor ao frio extremo, más condições para dormir. 

Apesar da equipe de apoio, Sartorato por vezes percorre entre 80 e 100 quilômetros sozinho. “Na Europa é proibido correr na autoestrada e preciso desviar a rota por trilhas locais. Tudo isso cria inúmeras dificuldades extras. Por vezes, é impossível a equipe de apoio me acompanhar durante toda a jornada”. 


Ciente de todas as adversidades que poderia enfrentar, o atleta se propôs, desde 2020, a desafios simulados no Brasil e outros pontos da América do Sul, como na Cordilheira dos Andes, entre Argentina e Chile. 

Também treinou no calor extremo do Egito e no frio congelante de Urupema, em Santa Catarina. “Além do corpo, já acostumado a ir ao limite, eu também preparo a mente, já que são muitas horas sozinho, noites de sono em condições ruins. É tudo muito diferente de uma corrida normal. Mas tudo faz parte da proposta. Venho treinando pelos últimos cinco anos para reafirmar que sou um dos homens mais resistentes e determinados da história”. 

Em seis semanas, Sartorato gastou nove pares de tênis e doze pares de meia, além de consumir mais de 400 litros de água e 150 litros de refrigerante. “Tenho mais de dez bolhas em cada pé, principalmente nos calcanhares. No direito, criei uma micro lesão por repetição de movimento”.

Superação e causas sociais motivam
Movido por adrenalina, Sartorato já deu a volta ao mundo em 2007, partindo do Cristo Redentor e apoiando a candidatura do monumento nacional como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno e a SOS Kinderdorf International/Aldeias Infantis SOS. Antes disso, já havia percorrido os 5,3 mil quilômetros entre Oiapoque e Chuí, extremos Norte e Sul do Brasil, em apoio ao Movimento Amanhã Sem Câncer.

Nascido em Cubatão (SP), viveu ainda jovem a década de 1980 no município, que ficou conhecido como o “Vale da Morte” devido à alta concentração de poluentes no ar emitido pelas indústrias químicas, com graves consequências para a saúde da população. Com repercussão global, a Organização das Nações Unidas (ONU) chegou a considerá-la a cidade mais poluída do mundo. Atualmente, Sartorato é Embaixador de Cubatão para o mundo.

Ao tornar-se atleta, o cubatense subverteu a realidade esperada para si e seus conterrâneos, trazendo luz a problemas sociais como falta de acesso à saúde e fome. Referência nacional no esporte, Sartorato utiliza seus valores para impulsionar desafios, estampando nas camisas  causas como Médicos Sem Fronteiras, Aldeias Infantis SOS e Movimento Amanhã sem Câncer, do Instituto Nacional de Câncer. “Acredito que a minha força de vontade pode inspirar outros. Seja quem está lutando contra uma doença, ou pessoas comuns e principalmente autoridades, a olhar para tais questões e tomar uma atitude, provocar mudanças. Combater a miséria é urgente, proporcionar condições habitacionais e sanitárias básicas é urgente. Eu literalmente visto essas bandeiras porque quero que olhem para mim e imediatamente reflitam e atuem sobre isso”. 

Tudo registrado
Neste novo desafio, uma equipe de cinema está acompanhando sua trajetória, produzindo um filme sobre sua vida e seu legado. “O objetivo deste documentário é provar que nada é impossível, desde que haja fé, motivação, disciplina e apoio. Desde o início da minha preparação, eu só posso agradecer minha equipe, a parceria da mídia e de pessoas ao redor do mundo”. 

Na Itália, Thiago Veríssimo, ciclista de apoio com conhecimentos de fisiologia, juntou-se ao time. “Vamos intensificar os estudos fisiológicos. Ele também vai me ajudar bastante na alimentação e na hidratação, pois já realizou alguns treinos simulados comigo nos últimos anos”.

A expedição tem o apoio do Instituto João Cláudio e pode ser acompanhada pelas redes sociais no perfil oficial de Sartorato: @sartoratoinfinitemarathon.

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PIETRA NEBOT MARINI
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