No Dia Internacional da Enfermagem, comemorado nesta segunda-feira (12), a trajetória de Maria de Lourdes de Oliveira, 52, ganha ainda mais significado. Enfermeira da rede municipal de saúde de São Paulo, ela descobriu a vocação aos 12 anos, após um período de internação que a marcou profundamente. “Fui muito bem cuidada pelas enfermeiras. Saí de lá com a certeza de que era essa a profissão que queria”, lembra.
Vinda de uma família humilde, Maria de Lourdes iniciou sua carreira como auxiliar de enfermagem aos 23 anos. Formou-se técnica e, somente aos 40, concluiu a graduação. Desde então, vem acumulando especializações em áreas como urgência e emergência, saúde mental e inteligência emocional. Há quase uma década, atua na rede municipal — atualmente como responsável técnica da AMA Lauzane Paulista, na zona norte da capital.
No cargo de liderança, ela também descobriu a paixão por compartilhar conhecimento. Supervisiona uma equipe de 16 profissionais, além de organizar treinamentos. “Gosto muito de aprender e também de ensinar”, diz. A dedicação à enfermagem também influenciou sua filha, Bruna Millena, 27, que hoje atua como enfermeira no PS Santana — o mesmo onde a mãe trabalhou por seis anos.
A relação entre mãe e filha se fortalece também na profissão. Morando juntas, os assuntos da área de saúde invadem a rotina doméstica, sempre com muito entusiasmo. Ambas são defensoras do SUS e reconhecem os avanços na rede pública de saúde. “Ver o prontuário eletrônico funcionando é um sonho para quem viu tudo ser feito em papel”, afirma Maria de Lourdes.
A história de Maria de Lourdes, contada na semana em que se comemorou também o Dia das Mães (11), reforça como cuidado e dedicação podem atravessar gerações — tanto no lar quanto na saúde pública. E no dia dedicado às enfermeiras (12), ela resume com simplicidade sua jornada: “Me sinto realizada, mas ainda quero crescer mais. É um caminho natural”.
