Sintomas específicos das mulheres nas cardiopatias dificultam diagnóstico dessa doença que responde por ⅓ dos óbitos femininos

Estudos mostram que mulheres têm ainda tratamento e fatores de risco específicos na comparação com os homens

FRANCISCO PACHECO NOGUEIRA DE SOUZA
24/04/2025 16h35 - Atualizado há 13 horas

Sintomas específicos das mulheres nas cardiopatias dificultam diagnóstico dessa doença que responde por ⅓ dos óbitos femininos
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Náusea, fraqueza, falta de ar, dores gástricas e dor nas costas, ombros e mandíbula não são sintomas normalmente associados a problemas no coração, mas isso pode ser um grande erro no diagnóstico quando a paciente é mulher. Isso porque estudos científicos mostram que as mulheres apresentam sintomas, tratamento e fatores de risco exclusivos.

“Essas diferenças nos sintomas em relação aos homens podem levar a atrasos no diagnóstico, uma vez que muitos médicos se apegam ao que acontece com os pacientes masculinos, devido até a uma questão cultural. Por isso, a gente precisa entender as especificidades da mulher de uma forma ampla e buscar literatura científica e médicos especializados no gênero para identificar a doença e buscar tratamento adequado”, explica a cardiologista Dra. Alessandra Geisler.

A cardiologista ressalta que "o tempo é fundamental para a preservação da vida" ao sentir os sintomas de um ataque cardíaco e, por isso, ela afirma que as mulheres precisam saber quais os sintomas específicos que podem indicar um eventual infarto do miocárdio. “As mulheres têm dor no peito também, mas ela não é centralizada no tórax e nem sempre é intensa. Náusea, fraqueza, falta de ar, dores gástricas e dor nas costas, ombros e mandíbula podem indicar problemas cardíacos quase que exclusivamente no sexo feminino.”

A Dra. Alessandra afirma que ainda se percebe um certo negligenciamento das mulheres em relação à saúde do coração e, por isso, a especialista defende a ampliação de campanhas públicas e da iniciativa privada em relação ao diagnóstico e tratamento das cardiopatias nesse público. “Precisamos repetir o sucesso das estratégias de comunicação que tornaram as mulheres mais conscientes sobre a importância dos exames ginecológicos e da prevenção do câncer de mama, por exemplo.”

A cardiologista explica ainda que a situação pode se agravar, pois em relação aos diagnósticos, as mulheres podem ter maior probabilidade de ter resultados de testes cardíacos "normais", mesmo quando têm doenças cardíacas. A Dra. Alessandra explica ainda que existem cardiopatias que têm maior incidência nas mulheres do que nos homens. Entre elas estão a Doença Microvascular Coronária, que é uma condição que afeta os pequenos vasos sanguíneos do coração e que pode ser mais difícil de diagnosticar do que a doença arterial coronariana tradicional. Existe ainda a Cardiomiopatia de Takotsubo, ou síndrome do coração partido, que é uma doença muitas vezes desencadeada por estresse emocional intenso, afetando principalmente mulheres. Outra doença que afeta mais as mulheres é a Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada (ICFEp), que é uma forma de insuficiência cardíaca é mais comum em mulheres e pode apresentar sintomas bem diferentes dos homens.

A especialista destaca que fatores como má alimentação, estresse, sedentarismo, menopausa, hipertensão e diabetes aumentam o risco de doenças cardiovasculares em mulheres. "As mulheres precisam priorizar a saúde do coração, adotando hábitos saudáveis e realizando exames de rotina. A prevenção é o melhor caminho para evitar complicações e garantir uma vida longa e saudável", finaliza a Dra. Alessandra.


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FRANCISCO PACHECO NOGUEIRA DE SOUZA
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FONTE: Saúde News
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