Especialista explica como a estética íntima pode auxiliar no tratamento do vaginismo e da dor na relação sexual

A ginecologia regenerativa e estética amplia o leque de opções terapêuticas para mulheres que enfrentam o vaginismo e outras condições que impactam a vida sexual

PEDRO SENGER
07/04/2025 08h34 - Atualizado há 4 dias

Especialista explica como a estética íntima pode auxiliar no tratamento do vaginismo e da dor na relação sexual
Divulgação

O vaginismo é uma condição que afeta milhares de mulheres, mas ainda é pouco debatida. Estima-se, de acordo com estudos publicados na literatura médica, que entre 5% e 17% das mulheres em idade reprodutiva possam apresentar algum grau da disfunção, caracterizada pela contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico, dificultando ou impossibilitando a penetração vaginal. O impacto na qualidade de vida dessas mulheres é significativo, afetando não apenas a esfera sexual, mas também a autoestima e os relacionamentos.

"Muitas pacientes relatam sentimentos de frustração, vergonha e ansiedade em relação à dor na relação sexual. Esse quadro pode se tornar um ciclo vicioso, no qual o medo da dor leva a uma contração muscular ainda maior", explica a Dra. Zoila Medina, ginecologista e membro da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR).

Tradicionalmente, o tratamento do vaginismo envolve psicoterapia e fisioterapia pélvica. No entanto, avanços na ginecologia regenerativa e estética trouxeram novas abordagens, como o uso da toxina botulínica (botox). "A toxina botulínica tem se mostrado uma alternativa eficaz para casos mais severos de vaginismo. Ela age promovendo um relaxamento temporário da musculatura vaginal, reduzindo a contração involuntária e permitindo a reabilitação da paciente com menor desconforto", acrescenta a especialista.

O procedimento consiste na aplicação da toxina diretamente nos músculos do assoalho pélvico, de forma minimamente invasiva, com anestesia local ou sedação leve. O efeito dura entre quatro e seis meses, tempo durante o qual a paciente pode associar outras abordagens terapêuticas. "Nosso objetivo não é apenas reduzir a contração muscular, mas possibilitar que a mulher recupere a confiança em seu corpo e retome sua vida sexual de forma saudável e sem dor", enfatiza a Dra. Zoila.

Outro aspecto abordado pela ginecologia regenerativa é a flacidez vulvar, que pode ocorrer devido ao envelhecimento, alterações hormonais ou gestações. Entre as opções de tratamento, destacam-se os bioestimuladores de colágeno e os fios de PDO. "Os bioestimuladores promovem a produção natural de colágeno, melhorando a firmeza e a qualidade da pele da vulva e dos grandes lábios", explica a especialista.

Para casos mais severos de flacidez, como após perdas ponderais significativas, a associação de técnicas pode ser necessária. "Mulheres que passaram por cirurgias bariátricas podem apresentar excesso de tecido na região vulvar. Nestes casos, além dos bioestimuladores, indicamos procedimentos como a labioplastia externa, que remodela os grandes lábios e melhora sua firmeza", complementa a Dra. Zoila.

Outro tema frequente nos consultórios ginecológicos é o acúmulo de gordura na região do Monte de Vênus, conhecido popularmente como "capô de fusca". Mesmo com emagrecimento e atividade física, muitas mulheres mantêm um volume acentuado nessa região. "Além da lipoaspiração, temos opções menos invasivas, como o uso de substâncias injetáveis para a quebra das células de gordura", explica a ginecologista.

Por fim, o ultrassom microfocado tem se destacado no tratamento da flacidez vulvar e vaginal. "Essa tecnologia, amplamente utilizada na dermatologia para efeito lifting facial, também pode ser aplicada na ginecologia regenerativa. O ultrassom microfocado melhora a firmeza dos tecidos internos e externos, sendo uma excelente opção não cirúrgica", destaca a Dra. Zoila. A dor associada ao procedimento é geralmente menor na região íntima quando comparada a outras áreas do corpo.

Com a ampliação das opções terapêuticas, mulheres que sofrem com vaginismo, flacidez vulvar ou outras alterações na região íntima podem encontrar soluções eficazes para melhorar sua qualidade de vida e bem-estar. "O mais importante é saber que existe tratamento e que nenhuma mulher precisa enfrentar essas questões sozinha", conclui a Dra. Zoila Medina.


 

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PEDRO GABRIEL SENGER BRAGA
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