A cidade de São Paulo sediou, nesta terça-feira (25), o seminário "Mobilidade Sustentável: o Papel do Biometano na Descarbonização do Transporte Urbano". O evento, realizado na Praça das Artes, reuniu especialistas do setor público, acadêmicos e representantes da iniciativa privada para discutir a viabilidade do biometano como alternativa energética para o transporte coletivo da capital. O prefeito Ricardo Nunes abriu o encontro, destacando que a decisão sobre a adoção do biocombustível dependerá das discussões realizadas ao longo do seminário.
“O seminário vai definir se a gente vai caminhar ou não para fazer a utilização do biometano no transporte coletivo já que nos caminhões de coleta de lixo, que são quase 500, a gente já está fazendo essas alterações”, disse o chefe do executivo municipal de São Paulo.
Atualmente, a Prefeitura já implementa o biometano em cerca de 500 caminhões de coleta de lixo, tendo entregue recentemente 22 novos veículos movidos pelo combustível sustentável. O prefeito ressaltou que a cidade possui R$ 6 bilhões destinados à substituição da frota de ônibus municipais por veículos movidos a fontes de energia mais limpas. Além disso, São Paulo já ultrapassou a meta internacional do C40, atingindo 54% de cobertura vegetal urbana.
O seminário tem como principal objetivo analisar a viabilidade do biometano no transporte público, abordando temas como segurança energética, infraestrutura, regulamentação e tecnologia. O ministro em exercício de Minas e Energia, Pietro Mendes, destacou que a capital paulista tem potencial para liderar essa transição no Brasil. Segundo ele, a adoção do biometano poderá viabilizar corredores verdes e reduzir a dependência do país do diesel importado.
Além de técnicos da Prefeitura e integrantes do Comitê Gestor do Programa de Acompanhamento da Substituição de Frotas por Alternativas Mais Limpas (COMFROTA), o evento contou com a presença do ex-governador Rodrigo Garcia, que afirmou que São Paulo pode se tornar referência nacional na implementação dessa tecnologia. O secretário de Mobilidade Urbana e Transporte, Celso Caldeira, ressaltou que a cidade já possui uma frota de ônibus em processo de eletrificação, resultando na redução de 41,3 mil toneladas de CO² emitidos na atmosfera.
A Prefeitura tem reforçado iniciativas para mitigar os efeitos do aquecimento global e promover a sustentabilidade. O Plano de Ação Climática do Município de São Paulo (PlanClima SP) tem como meta zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. O secretário executivo de Mudanças Climáticas, José Renato Nalini, destacou que a infraestrutura ainda é um desafio, mas o diálogo com especialistas e a sociedade será essencial para avançar na descarbonização do transporte público paulistano.
