Que tal pensar nisso?

23/03/2025 08h18 - Atualizado há 1 semana

    A grande conurbação paulistana chega logo a treze milhões de habitantes. Os três maiores inimigos da qualidade de vida de seus habitantes são o trânsito, a energia estacionária e o resíduo sólido. Os gases venenosos, causadores do efeito-estufa, provêm da emissão de combustíveis fósseis (61%), do uso crescente da energia (31%) e da incrível produção daquilo que nós chamávamos lixo, mas hoje é conhecido como resíduos sólidos.
    A capital produz quinze mil toneladas diárias de lixo. Um descarte que é recolhido por um complexo sistema de coleta: toda a cidade está atendida pela coleta seletiva. Mas nem todos os moradores colaboram, separando o resíduo orgânico, principalmente restos de comida, daquilo que pode ser reciclado.
    Isso custa oitenta bilhões à população. E o retorno é pífio, pois percentual mínimo do que se coleta chega à reciclagem. É preciso ter juízo e colaborar, senão a cidade será um imenso repositório de lixo e imundície.
    Os rios que restaram não podem ser usados como coletores de lixo. O episódio do Jardim Pantanal resultou de um conjunto de fatores. Um deles, o acúmulo de objetos que não poderiam estar no Tietê, assim como as cento e cinquenta carcaças de carros. Ocupar áreas de várzea, que subtraímos ao maior rio paulista, não é certo e penaliza os moradores que vão continuar a enfrentar as enchentes. Mas se a destinação do lixo for mais ajuizada e cuidadosa, os males não se converterão em tragédia. Pense nisso e tenha consciência ao descartar aquilo que você não usa mais. 

*José Renato Nalini é Secretário-Executivo de Mudanças Climáticas de São Paulo. 
 

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LUCIANA FELDMAN
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