Como reconhecer, apoiar e incluir alunos atípicos em sala de aula

KAíSA CHRISTINA ROMAGNOLI
17/03/2025 11h58 - Atualizado há 23 horas
Como reconhecer, apoiar e incluir alunos atípicos em sala de aula
Gleice
*Por Gleiciane de Oliveira Maziotti - pedagoga, psicopedagoga e especialista em educação inclusiva
 
A inclusão de alunos atípicos é um desafio que exige preparo, empatia e conhecimento por parte dos educadores. Crianças com transtornos do espectro autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), dislexia, deficiência intelectual ou física precisam de um ambiente escolar que respeite suas necessidades e ofereça suporte adequado para seu desenvolvimento. 
Cada aluno tem suas particularidades, mas alguns sinais podem indicar que ele precisa de atenção especial. Crianças com TEA, por exemplo, podem ter dificuldades na interação social, apresentar comportamentos repetitivos ou sensibilidade a estímulos sensoriais. Já os alunos com TDAH podem demonstrar inquietação, impulsividade e dificuldade em manter a atenção. Aqueles com dislexia podem apresentar dificuldades na leitura e escrita, confundindo letras ou pulando palavras.
Esses desafios podem ser observados, mas é importante que o professor também busque orientação com profissionais especializados, como psicopedagogos e psicólogos. Quanto mais cedo a identificação for feita, mais eficaz será a adaptação da metodologia de ensino.
 
Estratégias para apoiar o aluno atípico
  1. Adapte o ensino
Cada aluno aprende de uma forma. Algumas crianças precisam de mais tempo para realizar atividades, enquanto outras se beneficiam de explicações mais visuais ou interativas. O Atendimento Educacional Especializado (AEE) pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias personalizadas. Por exemplo, utilizar cronogramas visuais pode ajudar alunos com dificuldades de organização a se situarem melhor nas atividades. Além disso, o uso de tecnologias assistivas, como softwares de leitura, pode ser decisivo para aqueles com dislexia.
  1. Crie um ambiente acolhedor
A escola precisa ser um espaço seguro para todos. Promova o respeito às diferenças, incentive a empatia entre os colegas e evite situações que possam causar constrangimento ao aluno atípico.  Para isso, promova atividades em grupo que estimulem a cooperação e a aceitação. Esteja também atento a pequenas atitudes que possam excluir ou marginalizar esses alunos.
  1. Use materiais diferenciados
Recursos visuais, textos simplificados e jogos pedagógicos podem facilitar o aprendizado. No caso de alunos com dislexia, por exemplo, o uso de fontes diferenciadas e leitura em voz alta pode ajudar.  A personalização do material pode tornar a aprendizagem mais acessível e significativa.
  1. Estabeleça rotinas e regras claras
Crianças neurodivergentes podem se sentir mais seguras quando sabem o que esperar do dia. Estabelecer horários fixos para atividades e usar lembretes visuais pode ajudar na organização e no entendimento das tarefas. A previsibilidade contribui para um ambiente mais tranquilo e menos sobrecarregado de estímulos.
  1. Envolva a família
Os pais e responsáveis precisam estar alinhados com a escola para que o suporte ao aluno ocorra de forma contínua. Reuniões frequentes e feedbacks sobre o desenvolvimento da criança são fundamentais para o sucesso do processo de inclusão. A comunicação entre escola e família deve ser fluida e constante, garantindo que as estratégias adotadas na escola sejam também reforçadas em casa. 
Garantir a inclusão de alunos atípicos não é apenas um desafio educacional, é um compromisso social. Com a colaboração de todos – educadores, família e comunidade – podemos garantir que a diversidade seja uma força para a aprendizagem e para o desenvolvimento pleno de todas as crianças. Afinal, ser diferente não deve ser um obstáculo para aprender.

Sobre
Gleiciane de Oliveira Maziotti é pedagoga, psicopedagoga e especialista em educação inclusiva. Com graduação em Pedagogia e pós-graduação em Psicopedagogia com Ênfase em Educação Especial, atualmente cursa Mestrado em Educação Cristã na Northpoint University, nos EUA. Nos últimos cinco anos, tem se dedicado ao aperfeiçoamento de metodologias educacionais, contribuindo para a implementação de estratégias inclusivas na rede pública de ensino de Monte Alto (SP). Apaixonada pelo aprendizado, a educadora é referência no desenvolvimento de práticas pedagógicas voltadas para a inclusão e o respeito às diferenças.

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Kaísa Christina Romagnoli
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