Aldeia Teko – Haw recebe doação de 1600 livros

Iniciativa de aluno do Galois beneficia 100 crianças indígenas

Lia Menezes
17/03/2025 16h37 - Atualizado há 5 horas
Aldeia Teko – Haw recebe doação de 1600 livros
Divulgação
O último sábado foi de festa na aldeia indígena Teko – Haw, que recebeu um presente muito especial: a revitalização da sua biblioteca. O local, que era apenas um depósito com alguns poucos títulos, hoje conta com um acervo de mais de 1600 publicações e uma sala de estudos apropriada para as crianças da comunidade. A ação foi uma iniciativa do estudante Felipe Figueiredo Matos, aluno do 3º ano do Colégio Galois. Com a ajuda da instituição, Felipe conseguiu mobilizar toda a comunidade Galois a apoiar a ideia doando livros, escrevendo cartinhas de incentivo à leitura, colaborando com a decoração e, ainda, ajudando com mão-de-obra para transformar a pequena casinha de taipa em um espaço agradável e capaz de atender as cerca de 100 crianças que moram no lugar. “O Galois incentiva a gente a mudar o mundo. O professor Paulo Almeida, da disciplina Projeto de Vida, faz muitos projetos em creches, em escolas públicas, em orfanatos. Ele me influenciou muito! Comecei a sentir que precisava fazer algo. E quando tive essa ideia de revitalizar essa biblioteca na aldeia Teko-haw, o Galois logo abraçou e ajudou a torná-la realidade. Contei com o auxílio da direção, que colocou uma baita estrutura à minha disposição, com a motivação dos professores trocando ideias, com pais e alunos que doaram os livros, com meus amigos que estavam sempre dispostos a me apoiar. Foi muito bom, pois o colégio cria um ambiente muito bom para que a gente consiga progredir e as pessoas tenham um senso de ajuda com os outros. E como eu fiz a diferença aqui, sei que outros farão a diferença em outro lugar. E podem contar comigo para isso”, garantiu Felipe

A nova biblioteca está em consonância com a mais recente edição do “Censo Demográfico 2022: Educação: Resultados Preliminares da Amostra”, divulgado em fevereiro, pelo IBGE.  Segundo o estudo, a população de cor ou raça indígena apresenta o menor nível de instrução. Entre as pessoas de cor ou raça indígena de 25 anos ou mais, apenas 8,6% tinham nível superior completo, enquanto mais da metade (51,8%) não tinham instrução ou possuíam apenas ensino fundamental incompleto. De acordo com o cacique Francisco Guajajara, agora, as crianças serão mais incentivadas a ler mais e continuar os estudos. “Essa biblioteca é importante para todos. É maravilhoso, um sonho realizado e tudo por causa dessa iniciativa. A leitura é algo muito importante. Permite compreender toda uma cultura; viajamos sem sair do lugar através dos livros. E isso vai despertar o interesse em várias pessoas aqui da aldeia”, analisou o cacique. Um pensamento corroborado pela adolescente Geciane Guajajara, que logo escolheu um exemplar do “Diário de um Banana” para ler. “Queria ficar aqui o dia inteiro para ficar lendo tudo isso”, afirmou a adolescente de 14 anos.

Entre os convidados para a inauguração da biblioteca estava Renata Matos, a orgulhosa mãe de Felipe. “O Galois abraçou a ideia. Apesar de ser uma escola conteudista, é uma escola agregadora, que tem esse lado humano, que prepara não só para o lado acadêmico, mas para a vida. É uma comunidade bem atuante e empática. E isso foi muito importante para o Felipe. Estamos animados e agora é pensar no próximo projeto”, afirma Renata.  Também estavam presentes outros estudantes da instituição, que fizeram questão de participar do evento e conferir de perto os benefícios que o colega possibilitou àquela comunidade. “Essa atitude do Felipe foi uma inspiração para todos nós. Meu amigo pensou, acreditou e fez. Teve uma ideia e conseguiu concretizá-la. Claro, que sem a escola, isso não seria possível e o colégio deu um suporte absurdo. Olha o resultado! Agora, eu também fiquei motivado a colocar um projeto em prática e impactar a vida de mais pessoas”, afirmou o aluno Vitor Augusto. 

 Coordenando as ações estava o professor Paulo Almeida, do Projeto de Vida, disciplina que fomenta nos alunos a realização de ações voluntárias que, por meio da educação, promovam impacto social e façam a diferença no mundo. “Desde o primeiro momento, quando Felipe trouxe o projeto, nós trabalhamos criando planejamento de dados, analisando como iríamos colocá-lo em prática. Viemos entrevistar os indígenas para entendermos quais são as reais necessidades deles, listamos o que eles precisavam, não só os livros, mas também as portas, as janelas, tudo isso foi trocado e adaptado para essa biblioteca. As três unidades do Colégio Galois foram envolvidas nesta ideia e todas colaboraram. A disciplina do Projeto de Vida é desenvolvida em três pilares: quem eu sou, quem eu quero ser, como eu posso impactar as pessoas à minha volta... Isso é o profissional do futuro, esses são os desafios que nós temos que ter. E esse trabalho aqui foi incrível! É muito bom quando a gente vê o resultado. E podem esperar que esse é o primeiro de muitos. Essa é a nossa missão”, assegurou o docente.

 

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NATALIA LOPES DA CUNHA
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FONTE: www.galois.com.br
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