Preservar a memória da pandemia

Sustentabilidade

Renato Nalini
13/03/2025 07h26 - Atualizado há 14 horas
Preservar a memória da pandemia
Domínio Público

    Há cinco anos, o Brasil enfrentava a peste que parecia ausente do nosso cenário pós-moderno. Quem diria que a Covid19 eclodiria em todo o país, levando à morte cerca de oitocentas mil pessoas?
    O avanço da tecnologia na medicina, a moderna indústria farmacêutica e os conhecimentos sobre a saúde levaram a humanidade a se considerar incólume. Houve negacionismo, porém a descoberta da vacina, no Instituto Butantã, colocou mais uma vez São Paulo no pioneirismo do enfrentamento da crise. Ainda assim, era inexplicável o comportamento da pandemia. Alguns morriam, outros se salvavam. O medo tomou conta da população. Máscaras, álcool abundante, fuga à aglomeração. Verdadeira paranoia.
    E as mortes continuaram a ceifar vidas preciosas.
    Algo que ainda não foi inteiramente absorvido foi a questão dos ritos fúnebres. Não houve velórios.  Tudo era muito apressado. Não houve o luto como deveria ter sido vivenciado, conforme a tradição da maioria do povo brasileiro. Sequer missas de sétimo dia eram celebradas. Pelo pavor da contaminação.
    Cinco anos depois, é hora de se lembrar dessas vítimas. E a melhor forma será plantar uma árvore para recordar cada um deles. São Paulo precisa de milhares de novas árvores. É preciso fazer com que a maior cidade do Brasil venha a ser também a cidade mais verde e mais resiliente do país e do mundo.
    A cidade já recebeu, pela quarta vez, da ONU, a distinção de ser uma Cidade das árvores: “Tree Cities of the World”. Vamos fazer jus a esse prêmio. E continuar a dar exemplo para todas as demais cidades, não só no Brasil. São Paulo sabe que a árvore é a melhor amiga da humanidade. E seu plantio, a melhor tecnologia disponível para descarbonizar este planeta do qual extraímos tudo, como se fora um supermercado gratuito, e nada repomos.
    Plante uma árvore e deixe um sinal concreto de que você não se esqueceu de quem perdeu a vida pela COVID naquele fatídico período que não pode ser esquecido, mas lembrado e a servir como exemplo para a memória coletiva. 

*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.  
 

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LUCIANA FELDMAN
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