Hospital israelense alerta crescimento de Síndrome da dor regional complexa relacionada ao estresse em crianças
Médicos do Rambam avaliam cenário local, mas que pode ser aplicado em outros tipos de estresse infantil
DENIS DANA
12/03/2025 14h49 - Atualizado há 2 semanas
Divulgação / Freepik
Um diagnóstico recente de Síndrome da dor regional complexa (SDRC) em uma menina de 10 anos assistida no Rambam Health Care Campus, hospital referência localizado em Haifa, ao norte de Israel, destacou uma preocupação crescente com a saúde entre crianças do país. Uma condição de dor mal compreendida, a SDRC está sendo cada vez mais identificada em pacientes jovens, com fatores relacionados ao estresse desempenhando um papel significativo no início da doença. Por consequência do conflito em curso há mais de ano na região, a criança precisou ser deslocada de casa. Foi durante esse período que a jovem passou a sofrer com severas dores nas pernas, sem uma explicação ou causa específica. Ao investigarem a fundo o caso, médicos do Instituto de Medicina da Dor do Rambam diagnosticaram a SDRC, até então não identificada, mesmo com uma bateria de testes e de exames de sangue, raios-X e ressonâncias magnéticas. “Muitas pessoas, especialmente adultos, vivem com a síndrome por muitos anos. Alguns, inclusive, buscam procedimentos radicais para tentar se livrar da intensa dor, sem saber que com tratamentos intensivos é possível alcançar a recuperação”, destaca Ayelet Morag, médica especialista em dor pediátrica no Rambam. “A SDRC é caracterizada por uma dor completamente desproporcional a qualquer lesão e ocorre sem lesão alguma. Frequentemente, afeta as extremidades, como mãos ou pés, e pode ser debilitante. Quando tratada adequadamente e em tempo hábil, a cura completa é possível, permitindo que os indivíduos voltem a uma vida normal. No entanto, sem tratamento adequado ou oportuno, a condição pode progredir a ponto de a mão ou o pé afetado se tornarem disfuncionais”, explica. A Dra. Lihi Isidora Mansano, diretora da Unidade de Hospitalização Diurna do Centro de Reabilitação Pediátrica da Fundação Azrieli, no Rambam, observa um aumento preocupante nos casos e vincula esse crescimento ao sofrimento emocional de eventos recentes, incluindo o atual conflito em Israel ou, anteriormente, a pandemia de COVID-19. "O impacto emocional desses eventos aumentou significativamente os casos de SDRC em crianças", explica Lihi. O tratamento da SDRC envolve fisioterapia diária, terapia ocupacional e apoio psicológico. Após um mês e meio, a condição da jovem de 10 anos evoluiu positivamente e agora caminha para a recuperação total. A síndrome da dor regional complexa não é algo que afete apenas Israel. Os médicos alertam que a SDRC está se tornando mais prevalente em crianças e adultos em todo o mundo. Por isso, Lihi enfatiza a importância do diagnóstico precoce: “O número de casos aumentou globalmente, não apenas em Israel. O impacto emocional e psicológico da dor prolongada pode piorar os sintomas ao longo do tempo. O diagnóstico precoce e a reabilitação adequada são essenciais para a recuperação.” Os profissionais de saúde do Rambam pedem que os pais e cuidadores estejam cientes da SDRC e procurem atendimento médico se uma criança sentir dor intensa e persistente que pareça desproporcional a qualquer lesão ou não tenha uma causa clara. Sintomas como dor em queimação, sensibilidade ao toque, inchaço ou alterações na cor e temperatura da pele não devem ser ignorados. A intervenção precoce é fundamental para controlar essa condição complexa e melhorar a qualidade de vida. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
Denis Victor Dana
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