Artigo: Resiliência climática: adaptando-se aos novos desafios

JULIANA ANTONUCCI
27/02/2025 14h29 - Atualizado há 8 horas
Artigo: Resiliência climática: adaptando-se aos novos desafios
Bureau Veritas
ARTIGO DE OPINIÃO
Resiliência climática: adaptando-se aos novos desafios
Por Andressa Lisboa*

O aquecimento global já está impactando o mundo de forma significativa, com eventos extremos como enchentes, ciclones e secas se tornando mais frequentes e tornando a resiliência climática uma urgência para empresas e governos. Os desastres ambientais geram altos custos para a sociedade, desde financeiros até saúde física e mental.  Segundo uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios, estima-se que em 2023 o Brasil tenha gasto R$ 105 bilhões na recuperação de eventos extremos e dados da Nações Unidas indicam que cada dólar investido em resiliência climática pode gerar uma economia significativa em futuros danos, o que torna a adaptação uma estratégia inteligente e de proteção econômica e social.

Resiliência climática refere-se à capacidade de sistemas – sejam eles naturais, sociais ou econômicos – de se adaptarem e se recuperarem dos impactos do aquecimento global. Para as empresas, isso significa não apenas atuar de forma preventiva, reduzindo sua pegada de carbono, mas também preparar-se para enfrentar riscos como escassez de água, temperaturas extremas e inundações, que podem interromper operações, prejudicar cadeias de suprimento e impactar na vida cotidiana de populações.

Empresas que não incorporam a resiliência climática em suas estratégias de negócio estão expostas a riscos crescentes. O agronegócio e a construção civil, que dependem diretamente do clima e dos recursos naturais acabam sofrendo perdas financeiras devido aos eventos climáticos. Em efeito cascata, os eventos extremos vêm impactando na indústria e no varejo, no setor de serviços e na saúde pública.

Nesse cenário, a certificação de práticas sustentáveis emerge como uma ferramenta essencial para ajudar as organizações a se adaptarem de maneira mais eficaz. Ela não apenas assegura que estejam comprometidas com a gestão climática, mas também fortalece sua resiliência, demonstrando ao mercado, investidores e clientes que estão preparadas para enfrentar os desafios ambientais com responsabilidade e inovação.

Embora a mitigação, focada na redução das emissões de gases de efeito estufa, seja fundamental, a adaptação aos impactos já existentes é igualmente essencial. Empresas também devem alinhar esses dois pilares para enfrentar crises e garantir a continuidade dos negócios. A adaptação, além de evitar perdas, pode revelar oportunidades de inovação, criando novos produtos e serviços resilientes às mudanças climáticas.

Com a intensificação dos eventos extremos, a resiliência climática não é mais uma opção, mas uma necessidade urgente para as organizações. O setor privado, em particular, desempenha um papel fundamental ao liderar iniciativas de adaptação e garantir a continuidade dos negócios em meio às transformações ambientais. As empresas que investirem em planos de adaptação não apenas reduzirão seus riscos, mas também estarão em uma posição mais forte para prosperar no futuro.

*Andressa Lisboa é diretora de Certificação e Auditoria do Bureau Veritas
 

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