Regiões Metropolitanas de Brasília e Goiânia estão entre áreas em pior situação de monitoramento da qualidade do ar
Dados são de pesquisa realizada pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema)
KASANE COMUNICAÇÃO
20/02/2025 10h42 - Atualizado há 1 dia
Ecoquest/Divulgação
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema) constatou que a maioria dos estados brasileiros e o Distrito Federal não possuem estações de monitoramento suficientes para gerar dados confiáveis sobre a qualidade do ar nas suas cidades. E poucas unidades da Federação sequer se preocupam em fazer esse monitoramento. A pesquisa apontou dentre algumas das áreas em pior situação nessa falta de estrutura, que a região metropolitana de Goiânia fica abaixo apenas da de Brasília em pior situação.
As duas RMs são seguidas pelas de Manaus (AM), Belém (PA), Natal (RN), Maceió (AL), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Teresina (PI) e Aracaju (SE), citadas como as mais deficientes do país nessa questão.
De acordo com estudo do Iema, o Brasil conta com 245 estações de monitoramento que apontam como está a poluição do ar, mas precisa de, no mínimo, mais 46, seguindo os padrões dos EUA ou mais 138 estações pelos padrões da União Europeia - ambos citados como referências no tema do monitoramento da poluição.
Além disso, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 7 milhões de mortes prematuras por ano decorrem da poluição do ar, principalmente devido ao elemento tóxico material particulado com diâmetro equivalente ou menor do que 2,5 mícrons de diâmetro (MP2,5). Significa dizer que o ar leva a mais de 50 mil mortes anuais somente no Brasil. “Os desastres climáticos sempre estão relacionados com a qualidade do ar de alguma maneira”, destacou o CEO.
Por conta de dados como esses, autoridades e empresas brasileiras alertam que o Brasil precisa entender com urgência a importância de se investir em melhoria da qualidade do ar para a população, neste momento de mudanças climáticas em todo o planeta — inclusive, no interior de casas e edifícios.
Para o ambientalista e empresário Henrique Cury, CEO da empresa EcoQuest — especializada em soluções para tratamento do ar interno, principalmente de estabelecimentos comerciais — continuam grandes as dificuldades para convencer empresários e gestores dos benefícios, a curto e longo prazo, de se dar atenção ao tema. “O efeito mais imediato é a queda no absenteísmo, já que os funcionários adoecem muito menos quando trabalham num ambiente com ar tratado”, explicou.
Cury ressaltou que a partir da pandemia houve maior conscientização e isso tem aumentado perceptivelmente a cada desastre natural ou catástofres, como no período de grande quantidade de incêndios e queimadas no país e nas inundações do Rio Grande do Sul, observados no ano passado. Mas mesmo assim, os esforços não têm sido suficientes.
Legislação Cury enfatizou que a sociedade precisa dar mais atenção e cobrar ações de autoridades e empresas. Ele, porém, celebra esforços da lei que estabeleceu os parâmetros para a Política Nacional de Qualidade do Ar, sancionada no ano passado. Segundo explicou, até então a única referência existente no país era uma norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que obrigava as empresas a fazer monitoramento da qualidade do ar a cada seis meses.
Entre as obrigações previstas dessa nova lei (Lei 14.850/2024), constam definições sobre poluentes atmosféricos e a elaboração de inventários de emissões, documentos que permitiriam o mapeamento das fontes de emissão de uma atividade econômica ou empresa, além da quantificação, monitoramento e registro.
“Todas as iniciativas que dão maior respaldo jurídico para monitoramento e fiscalização são muito bem-vindas. Muitas empresas achavam o tema abstrato e não faziam nada. Só que quando acontece um desastre como a pandemia ou queimadas que deixam nítida a péssima qualidade do ar, os empresários começam a prestar atenção”, afirmou o ambientalista.
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CAROLINA OLIVEIRA DE ASSIS
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