De acordo com o estudo "O Efeito da Influência no Consumo", realizado pela Youpix em parceria com a Nielsen, 80% dos consumidores brasileiros já compraram algum produto por recomendação de um influenciador. Por outro lado, 71% já estão cansados de ver muita publicidade feita por influenciadores e 27% se incomodam com o excesso dela.
A autenticidade e a conexão entre influenciadores e seus seguidores são grandes diferenciais segundo o levantamento. 87% dos consumidores se sentem mais conectados a influenciadores que mostram sua vida pessoal e têm um estilo de vida parecido com o seu. Além disso, 93% confiam nos influenciadores, 52% se sentem seguros em utilizar marcas usadas por eles, e 45% afirmam que suas expectativas são sempre superadas ao comprar algo por recomendação deles.
Havia uma sensação de que o mercado de influência já não vivia seus melhores momentos, mas a pesquisa mostra o contrário. A saturação com as propagandas indica que tanto as marcas como os criadores precisam se renovar e encontrar novas formas de se conectar com o público, apostando em conteúdos mais criativos, originais e relevantes. Diversificar as plataformas de atuação é outro ponto que se tornou fundamental para ter sucesso na internet”, afirma a advogada Maria Eduarda Amaral, especialista em direito digital e mercado de influência.
Entre os que compraram por influência, dois terços não se arrependem. Entre os arrependidos, 6 em cada 10 dizem que o motivo foi produto ruim e os outros 4 reclamam que o influenciador mentiu na publicidade. O nível de desconfiança dos perfis entre 10 mil e 1 milhão de seguidores oscilou entre 15% 19%, sendo menor que das celebridades, que é de 26%.
Despertando o desejo
Os números do estudo reforçam como os influenciadores têm grande peso na conversão de compra. 2 a cada 3 respondentes disseram que compraram e testaram novas marcas com a indicação deles. Já 47% dos jovens de 19 a 24 anos e 50% dos consumidores de 25 a 34 anos descobrem novas marcas e produtos por meio de influenciadores.
A utilização de link ou cupons de desconto possui um grande impacto para essa conversão: 62% das pessoas já utilizaram alguma dessas formas na hora de comprar. Além disso, 43% concordam totalmente que sentem vontade de comprar o produto quando veem uma publicidade de um influenciador.
“O crescimento da inteligência artificial e da personalização de conteúdo aumentará a eficiência e o direcionamento e as estratégias de marketing cada vez mais direcionadas e eficientes. Os criadores de conteúdo devem buscar relações cada vez mais claras com as marcas e com o público, almejando construir estratégias a longo prazo, onde a credibilidade tem um peso fundamental”, declara Amaral.
Eficácia dos conteúdos
Conteúdos criativos (61%) e informativos (60%) são os que mais geram influência para a compra de um produto. Esse resultado conversa com encontrando entre os principais conteúdos que estimulam a compra de um produto recomendado por um influenciador: dicas de uso (59%) e tutoriais (52%). Por outro lado, exaltar os benefícios do que está sendo vendido é o critério que menos estimula a compra, vencendo inclusive o preço do produto: 51% a 49%.
Perfis que fazem muita propaganda, de forma mais clara e engessa tendem a piorar os resultados. 36% dos fica um pouco incomodado, dependendo do tipo de publicidade e/ou da forma como é feita, e 27% às vezes fica incomodado, principalmente se faz muita publicidade. “Como diz no próprio estudo, o problema está em como a publicidade é feita e não no excesso dela”, reafirma a advogada.
A pesquisa divulgada no último dia 12 revela mostrou que o papel dos criadores de conteúdo vai muito além de gerar awareness para marcas e produtos: eles são capazes de guiar o consumidor por todas as etapas da jornada de compra. O levantamento analisou padrões de consumo e os fatores que mais influenciam na decisão de 1000 respondentes entre 30 de setembro e 07 de outubro de 2024.
Sobre Maria Eduarda Amaral
Maria Eduarda Amaral é advogada especializada em Direito Digital e tem atuado para influenciadoras, agências de marketing de influência e criadoras de conteúdo. É graduada em Direito pela Escola Superior Dom Helder Câmara, pós-graduada em Propriedade Intelectual pelo IBMEC-BH e especialista em Gestão Jurídica e Proteção de Dados Pessoais pelo IBMEC-BH.
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JOÃO VITOR RUVOLO NAVARRO
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