Charluan Gamballe, CEO da GCS CAPITAL | Foto: Comunicação GCS Capital
(*) Charluan Gamballe Correia Nos últimos anos, o mercado financeiro global passou por transformações significativas. Entre os
protagonistas dessa mudança estão os criptoativos, como o Bitcoin e o Ethereum, que deixaram de ser
um simples experimento digital para se tornar pilares de uma nova economia. A pergunta não é mais
“isso é real?”, mas “como você está se posicionando para o futuro?”
Bitcoin e Ethereum representam mais do que moedas digitais. São ativos sólidos baseados em
segurança, transparência e descentralização. O Bitcoin, por exemplo, com seu suprimento limitado a 21
milhões de unidades, vem ganhando reconhecimento como reserva de valor, muitas vezes comparado
ao ouro digital. O Ethereum, por sua vez, revolucionou o mercado ao introduzir contratos inteligentes e
o ecossistema DeFi (finanças descentralizadas), abrindo caminho para inovações em diversos setores.
Por trás dessas inovações, está a tecnologia blockchain, uma revolução que garante segurança,
rastreabilidade e descentralização de dados e transações. A blockchain não apenas sustenta os
criptoativos, mas também está transformando setores como logística, finanças, saúde e governança,
demonstrando seu impacto duradouro e multifacetado.
Dados da CoinMarketCap mostram que o Bitcoin acumula uma capitalização de mercado superior a US$
600 bilhões em 2024, consolidando-se como o ativo digital mais valioso do mundo. O Ethereum, com
sua blockchain em constante evolução, segue em segundo lugar com mais de US$ 250 bilhões em
capitalização.
O que realmente valida a credibilidade desses ativos são as ações de gigantes globais. A BlackRock,
maior gestora de ativos do mundo com mais de US$ 10 trilhões sob gestão, solicitou em 2023 a
aprovação de um ETF de Bitcoin à vista, um movimento que marca a integração das criptomoedas ao
mercado financeiro tradicional.
Essa iniciativa reflete a crescente demanda institucional por criptoativos e fortalece o reconhecimento
do Bitcoin como uma reserva de valor para o longo prazo. Outros nomes de peso, como Fidelity e
Vanguard, também exploram produtos relacionados a criptomoedas, indicando uma adesão consolidada
do mercado tradicional.
O reconhecimento de criptoativos como parte da economia global pode ser visto em nações
desenvolvidas e emergentes. Nos Estados Unidos, a SEC (Comissão de Valores Mobiliários) já enfrenta
pressões para aprovar ETFs cripto à medida que investidores institucionais aumentam suas exposições
ao setor.
Quando direcionamos a lupa para a América Latina, Brasil e Argentina lideram o ranking da quantidade
de dinheiro recebida em criptomoedas. A Chainanalysis divulgou recentemente que a Amérca Latina foi
a segunda região do mundo com crescimento mais rápido em cripto em 2024, atrás apenas da África
Subsaariana. Enquanto o Berasil movimentou US$ 90,3 bilhões, a Argentina alcançou US$ 91,1 bilhões.
Nos Emirados Árabes Unidos (EAU), Dubai se consolidou como um hub global de blockchain e
criptomoedas, oferecendo regulamentações claras e favoráveis ao setor. Empresas globais de cripto já
estabeleceram suas bases no país, atraídas pela infraestrutura avançada e pelo apoio governamental à
inovação tecnológica.
Na China, apesar das restrições ao trading de criptomoedas, a aposta está no desenvolvimento de sua
própria moeda digital, o Yuan Digital (e-CNY), que tem se destacado globalmente como um modelo
pioneiro de moeda digital emitida por um banco central.
Já El Salvador segue como um caso único: em 2021, o país se tornou o primeiro a adotar o Bitcoin como
moeda oficial, buscando modernizar a economia e atrair investidores globais. Segundo relatórios do
FMI, a aposta de El Salvador desafia padrões econômicos tradicionais, mas pode inspirar outras nações.
É comum ouvir comparações entre criptomoedas e bolhas de investimento, mas a história financeira nos
ensina que, muitas vezes, os verdadeiros valores emergem após as turbulências. Houve quem duvidasse
da revolução da internet na década de 1990 e da tecnologia durante as crises. Hoje, está claro que as
maiores oportunidades surgem para aqueles que compreendem as transformações e se posicionam
antes da grande adoção.
Para aqueles que continuam ignorando os criptoativos, vale uma reflexão mais profunda: será que o
verdadeiro risco não está em ignorar a revolução que a blockchain e os ativos digitais estão trazendo
para o mundo? Talvez a bolha não esteja nos criptoativos, mas sim, em uma limitada percepção de
mercado.
(*) Charluan Gamballe Correia, CEO da GCS Capital
Sobre a GCS Capital GCS Capital é uma gestora de recursos autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e certificada pela
ANBIMA. Signatária do PRI (Principles for Responsible Investment) e do Pacto Global da ONU, a empresa oferece
soluções globais em wealth management, estruturação e gestão de fundos de investimento, private equity e multi
family office. Com ampla expertise nos mercados financeiro, agro e imobiliário, a GCS Capital também atua como
strategic advisory e estruturação de negócios, com presença no Brasil, Emirados Árabes e outros mercados
internacionais. É registrada perante a CVM na categoria Gestor de Recursos e Distribuidor de Fundos Próprios de
Investimento, é a empresa responsável pela idealização e estruturação do Complexo Turístico Mirante da Santa.
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JOÃO GABRIEL DE JESUS PALHARES PIMENTA
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