IOF em queda para compras no exterior: o que mudou?

THAIZA RIBEIRO
19/02/2025 17h10 - Atualizado há 1 mês
IOF em queda para compras no exterior: o que mudou?
Foto: Divulgação

*Por Marcelo Sá

Você pode até não saber exatamente o que é o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mas provavelmente já foi impactado por ele em algum momento. Sabe aquele empréstimo bancário? Ou quando você faz um seguro de carro, paga fatura internacional do cartão de crédito ou até mesmo compra moedas estrangeiras? Pois é, em todas essas situações, o IOF pode estar presente. 

Este ano, no entanto, o imposto caiu mais um pouco para as operações com cartão de crédito no exterior, de 4,38% em 2024 ele passou para 3,38%, segundo dados do Banco Central. Mas será que a alíquota nova já resolve o problema de quem quer economizar em transações internacionais? E será que existe uma forma de reduzir ainda mais esses custos?

Primeiro, é importante entender que o IOF nada mais é do que um tributo federal criado para substituir antigos impostos sobre remessas para o exterior. Ele incide sobre diversas transações, como crédito, câmbio, seguros, títulos e valores imobiliários e operações no exterior. E o governo brasileiro utiliza a arrecadação do IOF para financiar diversas áreas, como programas sociais, previdência e gastos públicos em geral. Em outras palavras, o imposto ajuda a compor o orçamento da União. 

Entretanto, o IOF varia conforme o tipo de operação financeira, o valor e o período envolvidos. Por exemplo, para operações de cartão de crédito no exterior, historicamente, a alíquota sempre foi mais salgada, tornando as compras internacionais mais caras. Porém, essa realidade começou a mudar. Desde 2022, o governo brasileiro iniciou um processo de redução progressiva das alíquotas do IOF em diversas operações, como parte de uma política de liberalização cambial. A ideia é facilitar trocas de dinheiro entre países, atrair investimentos e tornar as transações mais simples e competitivas no cenário global.

Para entender melhor essa mudança, é importante revisitar o histórico da decisão. Em 2017, o governo manifestou interesse em ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um bloco econômico e comercial de grande relevância mundial. Porém, o pedido de adesão só foi aceito no início de 2022, o que deu início ao alinhamento com as regras do Código de Liberalização de Capitais da OCDE. Considerada estratégica, a entrada da organização melhora o ambiente de negócios no país e fortalece a integração com o mercado global. 

Ainda segundo dados do Banco Central, a expectativa é que a alíquota seja gradualmente reduzida até zerar em 2028, bem como para outras operações de câmbio, por exemplo, compra e venda de moeda estrangeira, o IOF também será zerado no mesmo ano. E quem faz empréstimos no exterior já conta com uma alíquota de 0% desde 2022. 

A importância de pesquisar bancos e plataformas que oferecem a menor taxa

Cada vez que pagamos IOF nas operações, seja ao comprar dólar para viajar ou ao usar o cartão de crédito no exterior, uma parte do seu dinheiro é direcionada ao governo. Menos IOF significa mais economia para o seu bolso e preços finais menores. Em viagens, por exemplo, essa diferença pode se traduzir em noites extras de hospedagem, passeios adicionais ou simplesmente um alívio maior no orçamento. 

E por isso, nos dias de hoje, a pesquisa cuidadosa sobre as taxas cobradas por bancos e plataformas financeiras se tornou um passo importante pelo simples motivo de que o IOF, muitas vezes, passa despercebido e com isso, gerando um impacto considerável no valor final de uma transação.

Em operações de câmbio ou pagamentos internacionais, algumas plataformas como fintechs e bancos digitais podem cobrar IOF reduzido ou até mesmo isenção de algumas taxas, dependendo da modalidade de transação. Isso se tornou um atrativo para consumidores que buscam otimizar suas transações financeiras e economizar em impostos. O uso dessas plataformas pode ser vantajoso para quem realiza compras em moeda estrangeira ou transferências internacionais. 

Ao comparar diferentes alternativas, é importante considerar também os outros custos envolvidos, como taxas administrativas. Contudo, pesquisar sobre a menor taxa de IOF oferecida por diferentes frentes não é apenas uma atitude inteligente, mas uma forma eficaz de economizar no dia a dia. Em um cenário em que cada centavo conta, estar atento a esses detalhes pode significar uma diferença significativa no valor final das transações financeiras. Portanto, nunca subestime o impacto do IOF e tenha uma economia considerável no longo prazo.

*Marcelo Sá é Chief Business Officer do Grupo Braza, o maior banco de câmbio de capital privado no Brasil. O executivo atua no mercado financeiro desde 2000. Com passagem por diversos bancos, tem ampla experiência em estratégias comerciais, marketing e produto. Além disso, já empreendeu e foi sócio de uma instituição de pagamento e subadquirente no Brasil, consolidando sua expertise no setor. Formado em Administração e com MBA em Gestão de Negócios pela PUC-SP, se destaca na liderança de equipes e no desenvolvimento de soluções inovadoras para o mercado financeiro.


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THAIZA LOPES ROMARIO RIBEIRO
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