Até o final do primeiro semestre de 2024, a Central de Atendimento à Mulher, em Santa
Catarina, já havia registrado 84,3 mil denúncias de violência contra a mulher, o que significa
um aumento de 33,5% em relação ao ano anterior. Números como esse, mostram que os
projetos sociais se tornam indispensáveis para que as vítimas possam, não apenas denunciar
os agressores, mas buscar novos caminhos para fora das relações. “Temos que lutar contra
todos os tipos de opressão, machismo, racismo, homofobia”, diz Vanusa Azevedo,
coordenadora do projeto Baque Mulher.
Com 39 filiais no Brasil e duas em Portugal, o Movimento de Empoderamento Feminino
Baque Mulher realiza um trabalho de acolhimento às mulheres que são vítimas de violência
doméstica, por meio do Maracatu, uma manifestação cultural composta por meio de
música, dança, encontros em grupo, palestras e apresentações em escolas, universidades e
espaços públicos.
O movimento Baque Mulher nasceu em 2008 na cidade de Recife, Pernambuco, estado de
origem do Maracatu, e foi idealizado e fundado pela Mestra Joana Cavalcante. Em Santa
Catarina o movimento está presente nas cidades de Itajaí/Balneário Camboriú,
Florianópolis, Joinville e Blumenau. “Nosso grupo é formado por, aproximadamente, 60
mulheres nas mais diversas formações e atividades como, advogadas, jornalistas,
empregadas, professoras, psicólogas, trabalhadoras de fábricas, e todas se mobilizam para
socorrer e acolher aas vítimas”, explica.
O movimento de empoderamento feminino Baque Mulher visa trabalhar com a
comunidade, resgatar meninas e mulheres que estão em situação de vulnerabilidade e
promover condições melhores de vida. “Nós somos um movimento político. É uma luta
diária. Hoje temos duas mulheres pretas na coordenação, então quando uma mulher negra
chega para participar ou pedir ajuda, ela se sente acolhida e bem recebida. Somos sementes
de Mestra Joana Cavalcante, uma pessoa incrível com uma história de vida impressionante e
que ajuda várias famílias, tirando as meninas em situação de exploração sexual das ruas,
ensinando-as a tocar e a serem empoderadas. Ela é a verdadeira universidade da vida”,
destacou Vanusa.
Os encontros em Balneário Camboriú acontecem às sextas-feiras na Casa Linhares localizada
na R. Emanoel Rebelo dos Santos, 1079, bairro Barra, a partir das 19h. “A gente também faz
os encontros no IFSC, na escola do Bambuzal (EB Mansueto Trés em Itajaí), no CEJA no
Molhe em Itajaí e na casa amarela na Barra em Balneário Camboriú. Os encontros são
semanais. Nas quartas-feiras em Itajaí e às sextas-feiras temos Balneário Camboriú e
Camboriú, mas a gente sempre combina e divulga os locais antes”.