2025: Uma nova perspectiva para um Transporte Público Sustentável

Por Miguel Angelo Pricinote, fundador e coordenador técnico do Mova-se Fórum de Mobilidade

KASANE COMUNICAÇÃO
02/01/2025 10h36 - Atualizado há 3 meses

2025: Uma nova perspectiva para um Transporte Público Sustentável
Arquivo Pessoal/ Miguel Angelo Pricinote
Diante do desafio global de reduzir emissões de gases poluentes e com o setor de transportes representando cerca de 16% da poluição no Brasil – segundo relatório Net Zero Readiness Report 2023 da KPMG –, o governo goiano implementa o projeto Nova RMTC (Rede Metropolitana de Transporte Coletivo), com foco na adoção do biometano como combustível para a frota de ônibus da Grande Goiânia. Isso porque a redução da poluição atmosférica proporcionada pela substituição dos ônibus movidos a diesel por veículos movidos a biometano resulta em um ar mais limpo e na diminuição da poluição sonora, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população. Nesse sentido, o projeto Nova RMTC, que abrange as cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade, Goianira e Senador Canedo, demonstra o esforço do poder público em modernizar e otimizar o sistema de transporte coletivo. 
 
Vale destacar que o biometano, produzido a partir de resíduos orgânicos como o bagaço da cana-de-açúcar, apresenta-se como uma alternativa promissora aos combustíveis fósseis. De acordo com a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), a utilização deste produto no transporte rodoviário pode reduzir em até 90% as emissões de gases de efeito estufa em comparação com o diesel, dependendo da fonte deste gás e da tecnologia do veículo. Essa redução tem um impacto direto na saúde pública, pois ajuda a diminuir a incidência de doenças respiratórias e cardiovasculares, frequentemente agravadas pela poluição atmosférica em centros urbanos como Goiânia. Estudos apontam que o diesel é responsável por uma parcela significativa da poluição do ar na capital goiana, o que reforça a importância da adoção de combustíveis mais limpos. 

 
Uma alternativa que também vem sendo testada é a utilização de ônibus elétricos. Entretanto, embora esta modalidade represente o ideal em termos de emissão zero e redução de ruído, sua implementação em larga escala no Brasil ainda enfrenta obstáculos logísticos, de infraestrutura e alto custo de aquisição. O biometano, por sua vez, surge como uma solução viável e com impacto ambiental significativo no contexto atual, aproveitando a forte matriz sucroalcooleira de Goiás. A escolha por este biogás representa, portanto, um equilíbrio entre a necessidade de reduzir a poluição e a viabilidade econômica, considerando as características e os recursos disponíveis no estado. 
 
Com uma frota prevista de 1509 ônibus para 2026 e com a meta de substituir 500 ônibus a diesel (cerca de um terço da frota) por veículos movidos a biometano, a RMTC representa um desafio significativo em termos de redução de emissões. Contudo, a iniciativa – cujo investimento de R$ 1,6 bilhão no projeto Nova RMTC, que abrange a modernização da frota e a adoção do biometano, conforme anúncio do governo de Goiás – coloca o estado na vanguarda da busca por soluções sustentáveis, conciliando desenvolvimento econômico e preservação ambiental. 
 
Miguel Angelo Pricinote é fundador e coordenador técnico do Mova-se Fórum de Mobilidade 

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CAROLINA OLIVEIRA DE ASSIS
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