O uso de inteligência artificial na medicina ainda divide opiniões no Brasil devido a questões éticas, mas vem avançando globalmente. A tecnologia mostra potencial para reduzir a ocorrência de erros humanos e otimizar o atendimento aos pacientes.
De acordo com uma pesquisa da Medscape, 49% dos médicos brasileiros veem com entusiasmo o futuro da medicina com IA. Por outro lado, 34% desses profissionais ainda expressam preocupações sobre a tendência.
Aos poucos, a tecnologia está sendo adotada nas clínicas brasileiras, como na gestão das atividades e no tratamento dos pacientes, com expectativa de um uso mais amplo nos próximos anos.
A pesquisa da Medscape buscou entender a visão dos médicos sobre o uso de inteligência artificial na medicina em países latino-americanos, revelando resultados positivos.
No Brasil, 59% dos profissionais consideram importante se informar sobre o tema, já utilizado em sistemas de gestão e atividades ligadas ao atendimento de pacientes, por exemplo.
Por outro lado, esse índice é inferior ao da Argentina e do México, onde mais de 90% dos médicos destacam a relevância do assunto. Uma tendência semelhante é observada em relação ao entusiasmo com a IA na medicina, embora a diferença seja mais equilibrada.
Quanto ao uso atual de inteligência artificial no setor, a maioria dos médicos brasileiros ainda não a utiliza de forma ampla. Para diagnóstico de doenças, por exemplo, apenas 6% aplicam IA, mesmo com 62% dos profissionais não sendo contrários à tecnologia.
Na pesquisa de doenças, o resultado é maior, com 20% dos médicos no Brasil utilizando IA de alguma maneira. Apesar do uso limitado, os dados indicam uma tendência de expansão dessa tecnologia na medicina nos próximos anos.
O uso de inteligência artificial na medicina avança, mas ainda gera controvérsias no Brasil. Durante um encontro no Senado Federal, o Conselho Federal de Medicina (CFM) discutiu questões éticas relacionadas à tecnologia.
Entre os pontos levantados, houveram preocupações sobre a distância entre profissionais e pacientes, a privacidade dos dados e a dependência tecnológica. Além disso, também foi questionado se o setor está realmente preparado para a integração da IA.
Por outro lado, o CFM reconheceu benefícios da tecnologia, como a análise de exames de imagem, o rastreamento oncológico e os avanços nas ciências cardiovasculares, entre outros.
Mesmo com o ceticismo de parte do setor médico, os dados da Medscape mostram que muitos profissionais vêem a IA como uma ferramenta positiva. Ao mesmo tempo, torna-se importante estabelecer normas para garantir o uso responsável da tecnologia.
A pesquisa TIC Saúde 2024 revelou que 17% dos médicos brasileiros utilizam algum tipo de inteligência artificial em suas atividades, enquanto 4% das empresas de saúde no país também fazem uso da tecnologia.
Como o recurso ainda está em estágio inicial, a maioria dos usuários emprega essa tecnologia em tarefas como otimização de fluxo de trabalho e aplicações em ferramentas de IA generativa, como o ChatGPT.
Entre os estabelecimentos que não adotaram IA, metade destacou o alto custo como principal barreira. Outros desafios apontados incluem a ausência de estratégias para promover a inovação no setor de saúde.
Apesar disso, os dados indicam que, no futuro, mais clínicas serão capazes de integrar essa tecnologia, com foco em um atendimento mais eficiente e tratamentos de maior qualidade para os pacientes.
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ALICE BATISTA DE ALMEIDA
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