21/11/2024 às 11h23min - Atualizada em 22/11/2024 às 08h01min

Dia Mundial do Diabetes: Como a doença pode afetar a saúde da mulher

BIANCA BAPTISTA
Freepik

No Brasil, cerca de 7% da população, ou aproximadamente 14 a 15 milhões de pessoas, vivem com diabetes, sendo a maioria diagnosticada com o tipo 2 da doença, diretamente associado ao estilo de vida. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, a prevalência de diabetes continua a crescer mundialmente, impulsionada pelo sedentarismo, má alimentação e consumo de açúcares e alimentos industrializados. E no Dia Mundial do Diabetes, além da importância e conscientização do controle glicêmico, um dos aspectos raramente mencionados são as consequências na saúde feminina, um tema pouco abordado.

De acordo com a Dra. Bianca Bernardoginecologista e especialista em reprodução humana que atua na Clínica Nilo Frantz, a diabetes também pode afetar a fertilidade, tanto no homem quanto na mulher. Na mulher especificamente pode atrapalhar a ovulação, causando irregularidade menstrual, mas uma vez que esse diabetes esteja controlado, o risco de afetar a fertilidade é reduzido. Por isso, a recomendação é manter um bom controle glicêmico, fazer dieta e melhorar o estilo de vida com atividades física regulares.

Além disso, a pele pode se apresentar áspera, rachada ou descamada, principalmente nos pés, manchas escuras chamadas de acantose nigricans. E no caso, pessoas com diabetes também apresentam mais coceira nas peles. E a doença também pode causar lesões de nervos periféricos levando a perda de sensibilidade nas extremidades do corpo. E há outros sinais clínicos também como Poliúria (micção excessiva), Polidipsia (sede constante), Polifagia (aumento do apetite), perda de peso, fadiga, infecções de repetição (principalmente aquelas causadas por fungos). No quesito cabelos, pode haver queda de cabelo relacionada a infecções fúngicas.

Nas mulheres que buscam engravidar, uma diabetes descompensada pode cursar com complicações de primeiro trimestre, como aumento da probabilidade de aborto, além de aumentar o risco de malformações fetais, por exemplo, como as cardíacas. “Por isso, o desafio é estar com o controle glicêmico adequado e manter essa gestão dietética ao longo de todo o pré-natal” explica a médica.

No caso de diabetes durante a gravidez, há também um maior risco obstétrico e perinatal, podendo resultar em polidrâmnio — um aumento do líquido amniótico —, além de um bebê maior que o esperado para a idade gestacional, condição conhecida como macrosomia fetal, e problemas respiratórios adaptativos no recém-nascido, entre outros.

Com isso, de acordo com a Dra. Bianca Bernardo, o recomendado é ter acompanhamento médico e realizar exames de primeiro trimestre de sangue, como o de glicemia em jejum, além de outros como o teste oral de tolerância à glicose. E, na ocorrência que tenha um ou mais exames alterados, é feito o diagnóstico de diabetes gestacional.

“Cuidar da alimentação é muito importante, reduzir a ingestão de carboidrato, substituindo, então, os simples pelos mais complexos, como os integrais, uma dieta zero em açúcar, ter cuidado com o índice glicêmico inclusive das frutas, fazer uma dieta fracionada, sem períodos muito longos de jejum, além do controle da Glicemia capilar para poder avaliar como é a glicemia pós-alimentação e, se possível, ter um acompanhamento de um nutricionista”, orienta a médica.

E como opção de tratamento também há a insulina. “Mas é importante que haja um controle via dieta, quando necessário a introdução de medicamentos como a insulina será usada para o melhor controle”, explica a Dra. Bianca.

E pacientes que já tenham diabetes e queira tentar IVF (Fertilização In Vitro), a paciente com resistência insulínica associada a síndromes ovários policísticos, tem um risco maior de síndrome de hiperestimulação ovariana, no qual é uma resposta exagerada a estimulação dos óvulos e aumento excessivo do estrogênio, levando a edemas e podendo levar a outras complicações mais graves, como edema gordo de pulmão, líquido na barriga, podendo precisar de internação e o quadro também pode aumentar o risco de infecções, no caso de pacientes diabéticas sem controle. Por isso, também é muito necessário a dieta, o diagnóstico de diabetes e o cuidado. E no caso, de usuários de medicamentos como semaglutida para o preparo do IVF é necessário o interrompimento do uso por pelo menos três semanas antes da aspiração do óvulo devido a anestesia. E no caso da insulina, é preciso um cuidado, mas por ser necessário jejum e ocorrer uma anestesia, há o interrompimento com a não aplicação na véspera da insulina ou do uso do antidiabético, para não ocorrer o risco de fazer hipoglicemia.

Assim sendo, neste Dia Mundial do Diabetes, a importância da conscientização redobrada no impacto da diabetes na saúde das mulheres é fundamental, principalmente no aspecto da saúde feminina específica em que muitas vezes não é abordada e como a adoção de hábitos saudáveis, é fundamental para reduzir riscos e promover o bem-estar das mulheres.


 


Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
BIANCA BARBOSA BAPTISTA
[email protected]


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://itaqueraemnoticias.com.br/.