08/11/2024 às 14h52min - Atualizada em 10/11/2024 às 08h01min

Jornada “Sepse Zero” promove conhecimento de especialistas para salvar vidas

Sepse, ou infecção generalizada mata aproximadamente* 240 mil pessoas por ano no Brasil; curso inédito traz novidades em protocolos de tratamento

ROSE GUIRRO
Crédito Foto: @jobddahouse
Em aula inaugural do curso “Jornada Sepse Zero”, realizada em 29 de outubro, a médica emergencista, intensivista e cardiologista Ludhmila Hajjar, Professora Titular da Disciplina de Emergências Clínicas da FMUSP e especialista no assunto, lembrou que a sepse, ou infecção generalizada, mata 11 milhões de pessoas anualmente, sendo cerca de 240 mil só no Brasil. Por isso, segundo ela, o conhecimento sobre o assunto e protocolos de tratamento tem de ser difundido. “Não adianta apenas nós, especialistas, termos informações sobre como identificar e tratar a sepse, precisamos repassar isso a todos os que tratam os pacientes.”
 

Ainda na cerimônia de abertura, o médico Leandro Taniguchi, médico supervisor da UTI Clínica do Hospital das Clínicas, em São Paulo, e orientador do programa de pós-graduação da Faculdade de Medicina da USP, lembrou que não é preciso alta tecnologia para cuidar de pacientes com sepse, mas sim agir rápido. “A primeira hora é chamada de ‘Hora de Ouro’, pois o sucesso do tratamento depende dos cuidados dispensados ao paciente assim que surgem os sinais de sepse”, explicou. O tratamento, segundo os especialistas, deve ser sempre iniciado com o uso de antibióticos e, posteriormente, personalizados de acordo com a evolução de cada pacientes.
 

Um dado que chama a atenção é relativo ao número de óbitos, que atinge 40,6% dos pacientes na rede pública. Já na rede particular o índice é de 19,2%. Isso acontece nem sempre pela falta de medicamentos ou equipamentos, mas sim pela demora no atendimento. “O tempo é muito importe”, alerta Ludhmila. “Temos uma hora para mudar a história de cada vida.”
 

A aula faz parte do curso online inédito sobre o tema, criado pela empresa Território Saber, braço educacional do grupo Primum, que oferece cursos de pós-graduação médica. Em pesquisa feita sobre o tema, divulgada nesta semana, a Território Saber ouviu 307 médicos sobre o tema e metade afirma ter conhecimento "intermediário" sobre o manejo da infecção generalizada. Aproximadamente 50% dos respondentes usam os critérios de SOFA (“Sequential Organ Failure Assessment”), ou, em tradução livre, “Avaliação sequencial de falhas de órgãos", recurso clínico utilizado para avaliar e monitorar disfunções orgânicas em pacientes com sepse. A principal causa da alta taxa de letalidade (de 55%) por sepse ou infecção generalizada no Brasil é a falta de diagnóstico precoce, aponta pesquisa.
 

Dos profissionais que participaram da pesquisa, cerca de 65% afirmaram que iniciam terapia com antibióticos em menos de uma hora – o principal entrave para uma resposta mais rápida é a disponibilidade de recursos no hospital. Outra dificuldade, apontou aproximadamente 1/3 da base respondente, é o treinamento recebido pelas equipes médicas tido como insuficiente; além do tempo excessivo para confirmação do diagnóstico. 
Sete em cada dez respondentes afirmam avaliar e gerenciar caso a caso sobre possíveis comorbidades em pacientes com sepse. Já em relação a uso de protocolos específicos, quatro em dez respondentes afirmaram seguir procedimentos específicos. Mas a maioria, cerca de 80% destes profissionais afirma ser um desafio o cuidado de pacientes com sepse e comorbidades. 
 

Sobre a Dra. Ludhmilla Hajjar 
Ludhmila Hajjar é intensivista, cardiologista e emergencista. Professora Titular da Disciplina de Emergências Clínicas da FMUSP, Coordenadora da Cardio-Oncologia do ICESP-InCor/HCFMUSP e diretora de Cardiologia do Hospital Vila Nova Star. Também preside o comitê das UTIs do hospital das clínicas da FMUSP.

Desde 2023 é conselheira do MEC (Ministério da Educação), compondo a Câmara de Ensino Superior, do Conselho Nacional de Educação. Também é diretora do Serviço de Emergências do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Cardiologia da FMUSP, coordenadora das UTIs Cardiológica e Cirúrgica do Hospital DF Star e representante das Américas Central e Latina na Sociedade Europeia de Medicina Intensiva (2023-2025). Foi Membro da Equipe de Transição Governamental 2022/2023 e atuou como Coordenadora da UTI Covid do Hospital das Clínicas da FMUSP em 2020 e 2021. 
 

Território Saber 
A Território Saber é uma plataforma on-line de educação voltada para os segmentos de Saúde, Medicina e Educação. A empresa diferencia-se no mercado pela qualidade do conteúdo de seus cursos e pela credibilidade dos seus experts.

Gabriel Chalita, Membro da Academia Brasileira de Cultura, da Academia Brasileira de Educação e da Academia Paulista de Letras, Prof.ª Dra. Ludhmila Hajjar, Professora Titular de Emergências Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP) e Diretora de Cardiologia no Hospital Vila Nova Star, estão entre os professores da empresa.
 

Grupo Primum 
O Grupo Educacional Primum reúne instituições de renome para oferecer cursos específicos para a área da saúde, de formação abrangente e de alta qualidade. Com objetivo de proporcionar conteúdos e metodologias tecnológicas de ponta, atende às necessidades dos profissionais que buscam conhecimento especializado nas áreas da saúde e negócios.

Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
MARIA DO ROSARIO GUIRRO
[email protected]


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://itaqueraemnoticias.com.br/.