31/10/2024 às 09h17min - Atualizada em 02/11/2024 às 00h09min

Entre quatro países analisados pela YouGov, consumidores brasileiros se mostram os mais favoráveis à legalização dos jogos de azar

No Brasil, apenas 15,4% concordam que os jogos de azar deveriam ser ilegais, contra 30,25% dos americanos, os que mais defendem a ilegalidade

POLLYANA ROCHA/IMPULSIONE COMUNICAçãO
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Os consumidores brasileiros se posicionam como os mais favoráveis à legalização dos jogos de azar, de acordo com dados levantados por meio de questionários aplicados diariamente pela YouGov, multinacional de pesquisa de mercado on-line, em quatro países - Brasil, Canadá, EUA e Grã-Bretanha. Os entrevistados se posicionaram sobre a afirmação “Todos os jogos de azar deveriam ser ilegais”, e apenas 15,4% dos brasileiros concordam plenamente com a pauta, enquanto que quase um quarto da população (24,96%) discorda totalmente. Os demais apresentam opiniões mais intermediárias, concordando ou discordando parcialmente, ou sem posição definida. 

Nos EUA, onde são permitidas inclusive apostas relacionadas ao resultado das eleições, curiosamente os consumidores entrevistados pela YouGov são os que mais se mostram favoráveis à ilegalidade de todos os jogos de azar, com 30,25% deles respondendo que concordam plenamente com a afirmação. Pouco mais de 10% dos entrevistados discordam totalmente da pauta (12,06%). 

No meio termo, ficam Grã-Bretanha e Canadá, sendo que 19,86% dos britânicos concordam plenamente que todos os jogos de azar deveriam ser ilegais, contra 14,02% que discordam totalmente. Já entre os canadenses, uma em cada 10 pessoas concordam plenamente, contra 15,85% que discordam totalmente. 

David Eastman, diretor-geral e comercial da YouGov na América Latina, comenta sobre o valor de acessar dados que mostram cenários diferentes em mercados específicos, para identificar oportunidades e desafios. “No Brasil, por exemplo, onde ainda é nova a legislação que permite jogos de azar on-line, as empresas deste segmento precisam estar atentas à abertura da população para a pauta, que se mostra bem favorável, mas sem deixar de olhar para países onde as apostas são praticadas há mais tempo, embora haja uma resistência maior dos consumidores”, diz. 

 

Apostas e eleições 

As apostas sobre resultados de eleições estão proibidas oficialmente no Brasil desde o dia 17 de setembro pelo TSE. Para a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, a oferta de apostas sobre as eleições pode “interferir no processo eleitoral, especialmente em relação à propaganda ou aliciamento de eleitores”. Em outros países, no entanto, a prática é legalizada, a exemplo dos Estados Unidos.

Apesar de legal, os dados da YouGov mostram que os americanos não são tão adeptos das apostas em eleições. Questionados se alguma vez já apostaram dinheiro em alguma eleição nos EUA, apenas 4,32% disseram que sim,  contra 92,6% que negaram. Menos de 2% responderam não ter certeza (1,81%) ou preferiram não dizer (1,27%). 

David Eastman acrescenta outro dado que aponta para a rejeição de grande parte dos americanos em relação aos jogos de azar em eleições: metade deles (50,2%) acha que a legalização das apostas nos resultados das eleições americanas pioraria o processo eleitoral. Apenas 5% acredita que melhoraria, 21,86% sugerem que não teria efeito e 22,94% não têm certeza. 

Ainda: mais de 40% dos americanos considera que deveria ser ilegal em todos os casos que os residentes dos EUA apostem dinheiro no resultado das eleições americanas, contra apenas 11,2% que sugerem que esta prática deveria ser legal em todos os casos. 

“Todos estes dados monitorados pela YouGov mostram que, embora conte com a legalização em alguns países, o mercado de apostas tem um caminho a percorrer no sentido de contar com a aprovação da população em geral”, avalia Eastman. 

 


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