01/11/2024 às 07h47min - Atualizada em 02/11/2024 às 00h02min

Especialistas da Medicina Reprodutiva em campanha do Novembro Azul

Médicos de reprodução humana fazem parte da equipe multidisciplinar que trata doenças da próstata como o câncer, para preservar a fertilidade masculina

PAULO ROBERTO DO AMARAL
Pixabay
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Criado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, em meados de 2011, a campanha Novembro Azul marca o calendário de conscientização para a saúde com o alerta para o câncer de próstata, o tipo mais comum entre os homens depois dos tumores de pele. 

 

Assim como o câncer de mama, quando o diagnóstico é precoce, as chances de cura aumentam, mas ainda falta muita informação sobre o tema. Pesquisas indicam que os homens são muito menos disciplinados do que as mulheres quando o assunto é prevenção. 

 

Idade certa para o exame 

A partir dos 45 anos, segundo os urologistas e oncologistas, as luzes de atenção se acendem, o check-up deve ser anual. Já para homens com casos de câncer na família, a recomendação médica é de iniciar as avaliações cinco anos antes, aos 40. 

 

 

Como é o exame de próstata? 

Após uma boa conversa com o médico durante a anamnese, momento em que são avaliados os fatores de risco, como por exemplo a idade e o histórico familiar, são solicitados exames como o conhecido PSA ou Antígeno Prostático Específico e o exame de toque retal. Se for preciso, uma biópsia da próstata guiada por ultrassonografia também poderá ser encaminhada. 

 

Uma das principais preocupações está ligada ao toque retal, por preconceito e principalmente receio de que seja doloroso, o que segundo os médicos é de fato um mito. 

 

Câncer de próstata tem sintomas? 

Esse tipo de câncer não apresenta nódulos que podem ser percebidos facilmente. É que a próstata está posicionada perto da bexiga e nem sempre os sintomas são percetíveis, porém, algumas alterações podem significar maior risco. Dificuldade para urinar ou mudança na frequência e no jato urinário, podem ser alguns sinais. Na fase mais avançada da doença, uma dor óssea e pélvica costuma ser percebida. 

 

O que é prostatite? 

Vale lembrar que nem sempre essa dor característica na região da pelve masculina significa câncer de próstata, mas muitas vezes está relacionada também com a prostatite, ou seja, a inflamação da próstata, uma hiperplasia benigna da próstata que provoca o aumento da glândula e por consequência a dificuldade para urinar. 

 

Um alerta para a fertilidade masculina 

Os planos de paternidade também são cada vez mais adiados. Com as mulheres engravidando mais tarde, os homens seguem a mesma tendência. “O comum é vermos homens e mulheres em idade mais avançada, ou seja, após os 35, 40 anos, interessado em filhos”, comenta Dr. Alfonso Massaguer, especialista em Reprodução Assistida. 

 

 

Por ser uma tendência aumentar a família nesta faixa etária é que os especialistas da Reprodução Humana se unem aos oncologistas e urologistas na equipe multidisciplinar que trata o paciente oncológico. 

 

“Existem muitos casos nos quais o homem ainda não teve a chance de ser pai ou deseja o segundo filho e de repente descobre o câncer de próstata. Neste momento do diagnóstico, antes do tratamento, mas sem perda de tempo é crucial que um especialista em Reprodução Humana seja 

consultado”, alerta Dr. Alfonso. 

 

Qual é a relação do câncer de próstata com a infertilidade masculina? 

A próstata é uma glândula que pesa entre 20 e 25 gramas, localizada 

abaixo da bexiga e na frente do reto. “Ela é formada por tecido glandular, conjuntivo e muscular e faz ligação direta com as vesículas seminais e a uretra, fundamentais para a formação do sêmen”, explica o especialista. 

 

Qual é a função da próstata? 

A função da próstata é produzir o fluido prostático, um dos componentes do sêmen. O líquido prostático se mistura com os espermatozoides, os gametas masculinos e os outros líquidos produzidos pelas vesículas seminais e pelas glândulas bulbouretrais. Durante a ejaculação, essas substâncias se misturam e formam o esperma. “É justamente o líquido prostático, o responsável pela proteção e nutrição dos espermatozoides, já que é rico em zinco, sais minerais e enzimas. Cerca de um terço do 

volume do sêmen é formado por ele”, explica o especialista. 

 

“O PSA é a proteína produzida pela próstata que permite a liquefação do sêmen, ou seja, o deixa mais líquido, o que ajuda na mobilidade dos gametas. Além disso, o líquido prostático é alcalino e neutraliza a acidez do pH vaginal, o que permite que os espermatozoides cheguem mais 

longe e não morram pelo caminho”, conclui o médico. 

 

Câncer de próstata causa infertilidade? 

Justamente por comprometer a glândula que promove maior eficiência de motilidade e mobilidade, a doença por si só pode comprometer a fertilidade masculina, mas o tratamento oncológico para combatê-la, dependendo da indicação terapêutica em alguns casos também compromete a fertilidade. 

 

Tratamento oncológico prevê congelamento de sêmen 

Antes de iniciar o tratamento é fundamental esclarecer todos os riscos e propor o congelamento de sêmen, um procedimento simples, não oneroso, que permite coleta domiciliar e submete o sêmen ao congelamento para que a chance futura da paternidade seja preservada. “Infelizmente surgem muitos casos de pacientes que superaram a doença, mas não receberam a devida orientação e encontram dificuldades futuras para engravidar. Sendo que o a falta de indicação é o principal fator para que muitos homens deixem de preservar a fertilidade”, alerta o médico. 

 

“Por isso, o Novembro Azul mobiliza tantos médicos da Reprodução Humana. Esse é um assunto que precisa ser cada vez mais ampliado. Afinal, o melhor acolhimento passa também por esclarecimento.” 

 

Leia mais sobre o assunto no https://clinicamae.med.br/2019/11/cancer- de-prostata-pode-causar-infertilidade-masculina/ 



 

Sobre Dr. Alfonso Massaguer - CRM 97.335 

O doutor Alfonso Massaguer (CRM 97.335) é ginecologista e obstetra, formado pela faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com mais de 20 anos de experiência em Reprodução Humana. Dr. Alfonso é diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado) que é uma clínica especializada em reprodução assistida. Foi professor responsável pelo curso de reprodução humana da FMU. Membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução Assistida (ASRM). Além de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de medicina, com passagens em centros na Espanha e no Canadá. 

 

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Site da Clínica Mãe: www.clinicamae.med.br 


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GABRIEL MENEZES DE ALMEIDA
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