SBP alerta sobre desabastecimento de vacinas

A baixa cobertura vacinal, principalmente para doenças como a varicela e a rubéola, preocupa especialistas de saúde infantil em todo o país. Em um documento recente, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) expressou preocupação com o desabastecimento de vacinas em postos públicos, problema que tem se agravado nos últimos anos e afeta diretamente as taxas de imunização.

 

De acordo com o pediatra Cláudio Ortega, de Niterói, a baixa disponibilidade de imunizantes tanto na rede pública quanto privada tem deixado muitas crianças desprotegidas. "Estamos vendo um índice preocupante na cidade, com apenas 62,68% de cobertura vacinal contra a varicela em crianças de 1 ano, muito abaixo da meta ideal de 95%", destaca o médico. Além disso, a cobertura da tríplice viral, que previne rubéola, sarampo e caxumba, também está aquém do esperado, com apenas 79,68%, reforçando a necessidade de ação imediata.

 

O documento da SBP aponta diversas causas para o problema, desde mudanças no processo produtivo de imunobiológicos até um aumento da demanda global e dificuldades operacionais nos laboratórios. A SBP destaca a importância de garantir a sustentabilidade do fornecimento de vacinas, sob risco de comprometer décadas de avanços na erradicação e controle de doenças imunopreveníveis, como poliomielite e rubéola.

 

A SBP sugere que o Ministério da Saúde promova um fórum de discussão envolvendo os laboratórios produtores e organismos internacionais, a fim de solucionar os gargalos no abastecimento de vacinas. A entidade faz um apelo para que medidas urgentes sejam tomadas para evitar retrocessos na cobertura vacinal, que poderia resultar no ressurgimento de doenças anteriormente controladas.

 

"Não podemos deixar que falhas no fornecimento de vacinas coloquem em risco a saúde de nossas crianças e a credibilidade de um dos maiores programas de imunização pública do mundo", conclui Ortega.