29/10/2024 às 19h16min - Atualizada em 31/10/2024 às 08h13min

Mulheres do Coletivo Coco da Batata debatem machismo e abuso sutil nas culturas tradicionais

No dia 3 de novembro, encontro exclusivo para mulheres discutirá a normalização do abuso sutil e as dinâmicas de machismo e racismo enfrentadas nas coletividades culturais

MARIANA MASCARENHAS
Márcio Mendes - @rastrosdeolhar
A Casa de Cultura do Butantã receberá, no dia 3 de novembro, a roda de diálogo “Tecendo Redes de Apoio: Mulheres na Cultura Tradicional”, organizada pelo coletivo Coco da Batata. O encontro é um convite a todas as mulheres que fazem parte de coletividades culturais tradicionais, com o objetivo de criar uma rede de escuta, acolhimento e fortalecimento mútuo para enfrentar a normalização do abuso sutil e a conivência com a violência masculina nesses espaços culturais.
 
Para Patrícia Soares, produtora cultural e uma das organizadoras do evento, “esse movimento surge da necessidade de abrir espaços para que as mulheres compartilhem experiências e se fortaleçam ao perceber que o que enfrentam não são casos isolados, mas um padrão contínuo de abuso e desrespeito”. Segundo ela, a estrutura patriarcal também permeia o ambiente das culturas tradicionais, onde, apesar das parcerias entre homens e mulheres, são os homens que, muitas vezes, operam “jogos de dominação e poder”. Diante disso, é essencial que o público feminino se organize e se apoie, criando estratégias de resistência.
 
Gabriela Malaquias, também produtora cultural do Coco da Batata, reforça que a iniciativa pretende evidenciar o que o coletivo denomina “abuso sutil”. “São comportamentos mascarados, quase imperceptíveis, como abraços forçados, falas que ultrapassam limites, deslegitimação e até apagamento de realizações femininas. Esses abusos corroem a autoestima e podem gerar quadros de sofrimento emocional intenso, isolamento e ansiedade”, explica Gabriela. Ela destaca que tais atitudes são prejudiciais tanto para as mulheres quanto para as dinâmicas colaborativas nas coletividades culturais.
 
Outro ponto sensível abordado pelo coletivo é o recorte racial: mulheres racializadas estão ainda mais expostas a essas violências, considerando o histórico racista e colonial da sociedade brasileira. “Para nós, é urgente que as mulheres, especialmente as racializadas, tenham espaço seguro para discutir o impacto das estruturas de poder que enfrentam”, afirma Gabriela, que também é mulher cabocla em retomada.
 
O evento contará com um espaço de escuta e diálogo seguro, onde as participantes poderão discutir estratégias de enfrentamento e construir uma rede de apoio. Com essa roda de conversa, o Coco da Batata busca fortalecer as mulheres das culturas tradicionais e ressaltar a importância de um ambiente cultural mais acolhedor e respeitoso.
 
Serviço:
Tecendo Redes de Apoio: Mulheres na Cultura Tradicional
● Data: Domingo, 3 de novembro de 2024
● Horário: das 10h às 13h
● Local: Casa de Cultura do Butantã: Av. Junta Mizumoto, 13 – Jardim Peri Peri, São Paulo
 
Ficha Técnica 
 
Realização: Coletivo Coco da Batata
 
Concepção e produção geral: Gabriela Malaquias e Patrícia Soares
 
Produção executiva: Gabriela Malaquias, Patrícia Soares, Olívia de Lucas, Letícia Machado e Gabe Denser
 
Mediação: assistente social Thaís Barbosa e psicóloga Helena Morillo
 
Comunicação visual: Gabe Denser
 
Espaço do brincar: Rodrigo Cristalino, Pedro da Pilar e João Aquino
 
Assessoria de imprensa: Ecoar Assessoria
 
Parceria: Coletiva Brincaderia, Quebrada de Raiz, Coletiva Ago Ya Mi, Art'Revitalização, Cia Variante, Notícias Amarelas, Projeto Sekihan e Casa de Cultura do Butantã
 

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MARIANA DA CRUZ MASCARENHAS
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