Rodrigo LealTratamentos oncológicos que envolvem quimioterapia e radioterapia podem provocar diversas condições que impactam a estética, afetando diretamente cabelos e pele. Entre as alterações mais frequentes, estão vermelhidão, ressecamento, prurido, erupções cutâneas e até alterações na coloração da pele, que, em muitos casos, pode se tornar mais clara.
Para suavizar esses efeitos, é recomendável manter a rotina de cuidados com a pele, o famoso skincare, a começar pela higienização, utilizando sabonete neutro e indicado para peles sensíveis. O segundo passo é realizar a hidratação facial, com produtos que tenham ativos umectantes, uma vez que estes compostos auxiliam na retenção da umidade nas camadas superiores da pele. E por fim o uso de protetor solar com fator de proteção solar (FPS) de no mínimo 30 protegendo a pele dos danos causados pela radiação ultravioleta (UV), de preferência um produto que seja hipoalergênico e livre de fragrâncias.
Quando pensamos no cabelo, é possível destacar que, durante o tratamento de quimioterapia, as células do bulbo capilar são afetadas, resultando em queda e alopecia. É comum que pacientes experimentem sintomas como prurido no couro cabeludo e formigamento durante essa fase. Após a conclusão da quimioterapia, o cabelo começa a crescer novamente. No entanto, é possível que ocorram alterações na espessura, formato e coloração dos fios, podendo retornar ao estado normal.
Por este motivo, durante o processo de crescimento capilar, é fundamental adotar cuidados específicos para garantir a saúde dos fios e do couro cabeludo. Entre as recomendações, destacam-se a utilização de produtos capilares formulados para couro cabeludo sensível, com a escolha de produtos naturais, que contenham ativos como óleo de coco, alecrim, ginko biloba e babosa, pois minimizam a agressão à pele do couro cabeludo e reduz o risco de irritações. Adicionalmente, é aconselhável pentear os cabelos de maneira suave e delicada, uma vez que os fios podem estar finos e fragilizados. Deve-se evitar o uso de tinturas e realizar procedimentos químicos agressivos, especialmente nos primeiros seis meses após o tratamento, pois os novos fios tendem a ser mais vulneráveis durante esse período.
Por fim, a utilização de lenços ou chapéus para proteger o couro cabeludo da exposição solar é altamente recomendada, pois ajuda a prevenir danos causados pela radiação UV, e promove um ambiente mais seguro e saudável para o crescimento dos fios.
Para otimizar o processo de crescimento capilar e lidar com eventuais alterações, é recomendável consultar um profissional tricologista, especializado na saúde do cabelo e do couro cabeludo. Este acompanhamento, pode ser fundamental para garantir uma recuperação adequada e saudável dos fios.
Aqueles que desejam doar cabelos para pacientes em tratamento oncológico devem realizar o corte em um salão de beleza com um cabeleireiro de sua preferência. Os fios devem ser amarrados em um rabo de cavalo, estarem secos e possuir, no mínimo, 10cm de comprimento. Pequenas atitudes que podem melhorar a estética e autoestima de quem passou por um período de dificuldades.
*Emily Fernanda da Silva Souza é esteticista e cosmetóloga, especialista em Cosmetologia e Nutricosméticos e professora dos cursos da Saúde do Centro Universitário Internacional Uninter.
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JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
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