28/10/2024 às 09h13min - Atualizada em 28/10/2024 às 20h25min

Muito além das palavras

Como gestos, posturas e expressões faciais influenciam a eficácia da comunicação e legitimam ou não o que falamos.

TINTEIRO ASSESSORIA DE IMPRENSA
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Na era das comunicações rápidas e digitais, a forma como nos expressamos vai além do conteúdo verbal. A Dra. Cristiane Romano, fonoaudióloga e doutora em expressividade, destaca que a comunicação não verbal, que inclui gestos, posturas e expressões faciais, desempenha um papel determinante na forma como nossa mensagem é recebida e interpretada pelo público.

Estudos mostram que até 93% da comunicação não é verbal, segundo a pesquisa de Albert Mehrabian, especialista em comunicação. Isso significa que a maneira como nos apresentamos — desde a postura até os gestos — pode falar mais alto do que as palavras que proferimos. A Dra. Cristiane ressalta que “para transmitir confiança, é importante que a comunicação verbal e não verbal sejam coincidentes. Se a sua mensagem verbal não corresponde ao que seus gestos e expressões estão transmitindo, o público pode ficar confuso ou desconfiado”.

Pesquisas da American Psychological Association (APA) demonstram que a semelhança entre a comunicação verbal e não verbal aumenta significativamente a retenção de informações e o engajamento do público. “Gestos que enfatizam pontos importantes da fala ajudam a fixar a atenção e tornam a mensagem mais conveniente”, explica a Dra. Romano.

Além disso, uma postura aberta e confiante não apenas impacta a percepção dos ouvintes, mas também influencia a própria mentalidade do apresentador, uma teoria corroborada pelo estudo de Amy Cuddy (psicóloga social e escritora americana), que afirma que posturas de poder podem alterar a química do cérebro e aumentar a autoconfiança

"Quando gestos ou expressões contradizem a comunicação verbal, o impacto pode ser prejudicial. O público pode se tornar cético em relação à mensagem, criando um ambiente de desconfiança e mal-entendidos", completa a Dra. Cristiane.

A habilidade de identificar e interpretar a comunicação não verbal pode ser um diferencial significativo para quem busca se comunicar de forma eficaz. Gestos e expressões podem tanto confirmar quanto contradizer o que está sendo dito. A Dra. Cristiane elucida alguns pontos importantes:

  1. Gestos de acentuação: símbolos e gestos que enfatizam suas palavras podem aumentar a clareza. Por exemplo, use as mãos para mostrar tamanho ou quantidade durante uma apresentação. Quando seus gestos são direcionados ao que você está dizendo, você reforça a sua mensagem.
  2. Expressões faciais: o rosto é um poderoso transmissor de emoções. Sorrisos sinceros, por exemplo, frequentemente acompanham boas notícias ou informações positivas, enquanto uma sobrancelha franzida pode indicar ceticismo ou dúvida. A limpeza na expressão deve estar alinhada com a mensagem verbal. Se você está compartilhando uma boa notícia com uma expressão preocupada, isso pode levar o público a interpretar sua mensagem de forma negativa.
  3. Postura e proximidade: uma postura aberta (ombros para trás, palmas visíveis) transmite confiança, enquanto uma postura fechada (braços cruzados) pode sugerir defensividade. A Dra. Cristiane explica que o espaço entre apresentador e audiência também comunica a intenção: uma proximidade excessiva pode ser invasiva, enquanto estar muito distante pode ser interpretado como desinteresse.
  4. Tom de voz e ritmo: o modo como expressamos nossas palavras, incluindo variações de tom e ritmo, pode intensificar o significado. Um tom entusiasmado pode corroborar uma mensagem positiva, ao passo que um tom monótono pode indicar desinteresse ou falta de sinceridade.

Para aqueles que desejam aprimorar suas habilidades comunicativas, a Dra. Cristiane sugere algumas técnicas eficazes:

  1. Treinamento em gestualidade: aprender a usar gestos que complementem e reforcem a mensagem verbal, aumentando a clareza.
  2. Aprimoramento da postura: trabalhar em uma postura que transmita confiança, pois o corpo fala tanto quanto a voz.
  3. Expressões faciais intencionais: estar consciente das expressões faciais e como elas podem impactar as reações do público.
  4. Feedback constante: buscar feedback sobre a comunicação não verbal em apresentações para identificação de áreas de melhoria.

Desenvolver consciência sobre a expressividade e a comunicação não verbal é essencial para qualquer líder ou profissional. “Adaptar o diálogo a todas as situações e garantir que a comunicação esteja em consonância aumenta nossa habilidade de engajar e conectar com os outros, tornando a comunicação mais eficaz”, conclui a Dra. Cristiane.

Sobre a Dra. Cristiane Romano:

  • Especialista em comunicação, com mestrado e doutorado em Expressividade pela USP.
  • Pós-graduada em Voz pelo CEFAC - BH e em Gestão Estratégica de Marketing pela PUC Minas.
  • Formada em Business and Executive Coaching pela University of Ohio - EUA.
  • Autor de diversos artigos científicos nacionais e internacionais.

Ao longo de sua carreira, a Dra. Cristiane têm capacitado profissionais, ajudando-os a aprimorar suas habilidades comunicativas e, assim, aumentar sua influência e persuasão em diversos contextos.


 

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PAULO NOVAIS PACHECO
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