23/10/2024 às 14h54min - Atualizada em 24/10/2024 às 08h05min

Estúdio reimagina e regrava clássicos do cinema em versões brasileiras

O projeto Cineclube Remake oferece para atores e diretores aulas teóricas, debates, preparação de elenco, criação coletiva e estrutura de gravação de altíssima qualidade em São Paulo

BáRBARA ZELANTE
Divulgação

Muitos cinéfilos certamente se recordam da icônica cena em que Bob Harris (Bill Murray), protagonista de Encontros e Desencontros, grava um comercial de uísque em Tóquio, ou do desfecho memorável entre Travis e Jane (Harry Dean Stanton e Nastassja Kinski) na cabine de observação de Paris, Texas. Agora, imagine Bob Harris no Rio de Janeiro, filmando um comercial de guaraná, ou a cabine de observação situada em um bar no interior do Brasil. Essa é a proposta ousada do Estúdio Cineclube Remake: refilmar clássicos do cinema mundial, inserindo vozes e contextos brasileiros.

Idealizado pela diretora e roteirista Luiza Prado, com larga experiência no mercado audiovisual publicitário, o projeto oferece um laboratório audiovisual onde atores e diretores têm a oportunidade de explorar e reinterpretar grandes obras cinematográficas, adaptando suas linguagens e estéticas para a realidade brasileira. Mais do que uma refilmagem, o Cineclube Remake é um espaço de experimentação prática e teórica, que promove um diálogo criativo entre o cinema clássico mundial e artistas brasileiros.

Após o sucesso da primeira edição, em que os participantes recriaram cenas icônicas de filmes como Encontros e Desencontros (Sofia Coppola), A Lagosta (Yorgos Lanthimos) e Paris, Texas (Wim Wenders), com uma nova perspectiva brasileira, o projeto abre inscrições para seu segundo módulo, com início em novembro. Na nova edição, serão oferecidas aulas teóricas, debates ,ensaios intensivos e estrutura de gravação profissional onde os alunos serão incentivados a reinterpretar obras de três diretores clássicos e a gravar suas próprias versões dessas cenas. Após as filmagens, os trabalhos serão exibidos no icônico Cine Bijou, na Consolação, e avaliados por uma banca formada por grandes nomes do mercado audiovisual. Na primeira edição, 16 especialistas como o diretor Calvito Leal, a diretora Letícia Pires, a diretora e atriz Bruna Trindade e o roteirista Michel Carvalho participaram como jurados, premiando os melhores resultados.

"A ideia é proporcionar uma imersão completa no processo criativo, permitindo que os participantes não apenas aprendam sobre as linguagens de diretores consagrados, mas também 'antropofagizem' esses conceitos, adaptando-os à nossa realidade", explica Luiza Prado. "Nosso objetivo com o Cineclube Remake é nos consolidarmos como um polo de experimentação de linguagem cinematográfica no país, com planos de expansão para cidades como Rio de Janeiro e Recife", completa.

O próximo módulo tem início no dia 19 de novembro, com aulas realizadas na Sala da Atriz, localizada na Vila Romana, São Paulo, e gravações no Cine Vídeo, na Vila Mariana. 

Para a crítica de cinema Lilliam Bernartt, que fez parte do time de avaliadores do primeiro módulo do Cineclube Remake, o diferencial do curso está em estudar o cinema como um todo. "Não se trata apenas de gravar um monólogo, como tantos outros cursos por aí, mas sim de se aprofundar na decupagem cinematográfica de verdade. Tanto no processo, na realização e na experiência de estar em um set de filmagem, quanto na análise da obra em si", comenta ele. Já o diretor André Mamute destaca que o projeto oferece a possibilidade do mercado ver uma nova abordagem para materiais icônicos do audiovisual. “É oportunidade de ouvir diversas vozes criativas falando sobre materiais que talvez já conheçamos, mas com uma perspectiva nova".

O projeto tem como público principal estudantes de teatro e iniciantes no audiovisual, além de entusiastas da sétima arte, e oferece uma oportunidade valiosa para aqueles que desejam criar um portfólio profissional. O projeto conta com vagas para as categorias de atores e diretores e também para "Palpiteiro", destinado àqueles que desejam participar como provocadores ou ouvintes, por um custo menor. O curso também oferece bolsas para pessoas indígenas, trans ou com deficiência.

Para mais informações sobre o projeto e inscrições, siga o Instagram (@cine.remake) ou acesse o site https://bio.site/cineremake

Serviço:
Datas dos encontros : 19/11, 21/11, 26/11, 28/11 e 30/11
Locais - Aulas e ensaios :  R. Tito, 1482 - Vila Romana, São Paulo - SP (A Sala da
Atriz), das 18h às 21h30

Gravação : Rua Jorge Chammas, 231 - Vila Mariana, São Paulo - SP (Cine Vídeo)

Conheça a diretora:

Luiza Prado, 34 anos, é diretora, roterista e realizadora, formada em jornalismo pela PUC - RIO, com extensão em cinema NYFA (NY), Guión cinematografico EICTV (CUBA) e pós graduação em história da arte pela Belas Artes (SP). Recebeu os prêmios de melhor curta metragem por Rio de Paixão (2013), melhor encenação pela peça Tudo Que Há Flora (2016); melhor dramaturgia pelo monólogo Rituais de Separação (2021).

No entretenimento, atuou como diretora de cena de reality shows como Juju Bootcamp (2022), no E! Entertainment, e Shaking The Bar (2023), na Sony Brasil. Foi codiretora das séries Olha No Que Deu (2022) e Chamados em Chama (2024).

No teatro, montou os espetáculos Una (2018) e Ella, Estrangeira de Si (2019). Durante a pandemia, idealizou e ministrou quatro turmas do curso de investigações criativas para tempos suspensos - uma investigação das etapas de processos criativos à luz da física quântica -, método que também será aplicado para provocar a criatividade no estúdio laboratório.

 


Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
BARBARA LETICIA ZELANTE MENEGASSO
[email protected]


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://itaqueraemnoticias.com.br/.