Na tarde de quarta-feira (16), o prefeito Ricardo Nunes informou que, passados cinco dias do temporal, ainda havia nove escolas e quatro unidades básicas de saúde (UBSs) funcionando à base de geradores. Segundo a prefeitura, as UBSs já voltaram ao funcionamento normal.
Proprietário de um bar, Ananias Mascarenhas dos Santos disse que ficou cinco dias sem energia elétrica e com as portas fechadas, porque nenhuma das máquinas que usa, como as de café, funcionavam. “Não tinha café, nem comida para servir. Perdemos o que tinha na geladeira, carnes, salgados, lanches. Durante esses dias deixamos de ganhar por volta de R$ 3 mil”.
Com a luz religada desde terça-feira à tarde, Ananias disse que o movimento está voltando gradativamente, mas tem ficado lento porque as pessoas ainda pensam que falta luz na região. “Meu receio agora é a nova tempestade prevista para sexta-feira.”
Dona de uma loja de roupas, Edna Maria Barbosa Lopes, trabalha na região há mais de 20 anos e nunca viu nada parecido. “Foi um vendaval, caiu árvore na praça, em cima do ônibus cheio de gente. Por pouco, não matou gente. Aí apagou tudo e só voltou na terça-feira”. Segundo Edna, normalmente, as vendas diárias variam de R$ 700 a R$ 1.000, valor que perdeu a cada dia com a loja fechada”. Para ela, o incidente é falta de cuidado e zeladoria com a cidade.
Em outro estabelecimento, onde funcionam um restaurante e uma lanchonete, o prejuízo poderia ter sido enorme se os proprietários não tivessem se prevenido com a instalação de geradores. Mesmo assim, o equipamento não é suficiente para todas as máquinas, então a ideia é investir em mais geradores para evitar futuros problemas. “Nossa energia foi embora na sexta-feira, às 19h, e voltou só na terça-feira. Não tivemos prejuízo, além do gasto com combustível, mas vamos nos preparar mais ainda, porque não é confiável. Eles não têm culpa, mas precisam estar preparados”, disse o gerente Raimundo Carneiro.
Funcionária do restaurante, Miriam Silva Santana Rocha, moradora do Jardim São Francisco ficou sem luz entre a sexta-feira e o domingo à noite. Segundo Miriam, o prejuízo foi grande, com a perda de tudo que estava na geladeira e no congelador.
“Costumo armazenar bastante coisa e perdi não só congelados, como verduras e hortaliças. E esta não foi a primeira vez. Teve outra situação em que o apagão foi de três dias. Tem coisas que são da natureza, mas outras o homem pode prevenir para que não ocorram apagões. Podar as árvores, cuidar da manutenção”, afirmou.