A CEO do Sertões, Leonora Guedes, e a embaixadora do Sertões MTB Cup, Raiza Goulão, explicam abaixo como a competição vem ganhando relevância na cena do cross-country maratona (XCM) no país e pretende traçar trilhas mais audaciosas para 2025.
Tetracampeã brasileira na categoria Elite, a goiana Raiza volta a competir em Pirenópolis, sua terra natal, na última e decisiva etapa, entre os dias 27 e 29. Ela conta nesta entrevista a emoção de influenciar o crescimento do MTB no país. Com presença confirmada no evento, a também goiana Leonora aposta na inovação em cada prova como estratégia para ampliar a comunidade fiel à marca.
Qual sua avaliação sobre o Sertões MTB se transformar em um campenato com três etapas neste ano?
LEONORA GUEDES – Diferentemente do rally, que é nosso produto mais antigo e que reúne várias etapas em um único evento, o Sertões MTB exigiu de nós a capacidade de criar etapas diferentes, adequadas para o mountain bike e que permitissem uma experiência marcante juntando esporte, turismo, família e interação com a natureza.
Com a intenção de democratizar o acesso, criamos 21 categorias nas modalidades Pro (bicicletas convencionais) e E-Bikes que atraíram competidores de até 70 anos. As disputas aconteceram em três dias (cada etapa), com variações de altimetria de até 2.100m (MTB) e 1.200m (E-Bike) metros, pensadas para testar os ciclistas em sua resistência e habilidade. Para subir ainda mais a adrenalina, os percursos alternaram singletracks, estradões e trilhas técnicas.
Fomos pela primeira vez para a Mantiqueira, onde começamos a temporada em maio. Nosso percurso inédito, traçado por Daniel Spolidorio e Cadu Sachs, diretores técnicos da competição, passou por dentro da Reserva do Pinho Bravo cortando os municípios paulistas de Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí. Em julho, partimos para a mineira Ibitipoca, onde estivemos nos dois anos anteriores, passando pelas belas trilhas do Ibiti Projeto, em Lima Duarte. E voltamos a Pirenópolis para encerrar a temporada.
Em três anos de Sertões MTB, nossas provas foram testadas por feras do ciclismo como Albert Morgen, Abraão Eleutério, Sherman Trezza, Nataniel Giacomozzi, Miguel Giovannini, Hugo Prado, Raiza Goulão, Marcio Ravelli, Isabella Ribeiro e Letícia Coura. E por celebridades apaixonadas pelo esporte como Rodrigo Hilbert.
Por falar em compromisso socioambiental, como está sendo trabalhar esse pilar do Sertões no MTB?
LEONORA GUEDES – Nossas trilhas foram estudadas com atenção para valorizar a proteção ambiental das reservas por onde passam. Uma frase da ciclista veterana Adriana Nascimento que nos ajudou nesta missão me marcou muito. “Cada curva do percurso da Mantiqueira é uma árvore preservada”. Este ano, reforçamos o incentivo à participação feminina nas provas realizando os encontros “Elas no Sertões MTB” em Minas Gerais e São Paulo com várias mulheres influentes no esporte, entre elas Adriana Nascimento, Letícia Bressan, Karol Dias e Moara Sacilotti.
Através do Instituto Sertões, levamos nosso Concurso de Artes com o tema “Reciclagem faz o mundo rodar” para estudantes da rede pública de Ibitipoca e Pirenópolis. As ações contaram com parceiros como Usual Brinquedos e Monaro, além das prefeituras locais.
E assim como todos os eventos da plataforma Sertões, o Sertões MTB Cup também neutraliza 100% das emissões de carbono, através de um trablho em parceria com a empresa Prospera.
Em seu primeiro ano de vida, uma etapa do Sertões MTB Cup bateu o recorde mundial de e-bikers participantes. Como você entende o papel que o circuito pode cumprir no desenvolvimento desta categoria?
LEONORA GUEDES – A prova de Ibitipoca bateu o recorde mundial de e-bikers em uma competição duas vezes seguidas, em 2023 e 2024, com 217 e 301 participantes respectivamente. Isso é um sinal inequívoco de que estamos no caminho certo para seremos a vanguarda desta modalidade no país. A emoção é diferente e a estratégia também, pois os ciclistas precisam chegar nos últimos quilômetros com carga na bateria. Criamos 11 categorias de E-Bike para incentivar atletas até mesmo acima de 60 anos. Até pilotos do rally e seus familiares já toparam conhecer a sensação de competir em uma bicleta assistida.
Como o Sertões avalia o potencial do circuito para as ativações de marcas?
LEONORA GUEDES – Uma decisão importante foi estruturar o Sertões como uma plataforma de grandes histórias. E aprimorando os conteúdos das redes sociais em collabs com nossos patrocinadores e parceiros. Os sites contam os bastidores do rally, kitesurf e MTB no Brasil e no mundo.
No Sertões MTB, contamos as histórias das etapas em minidocs exibidos em nossas redes sociais, com o registro de imagens incríveis das reservas ecológicas e de ícones como a Big Family, estátuas gigantes em material reciclado trazidas do festival Burning Man para Ibitipoca.
Marcas endêmicas como Specialized, Shimano, Motul, Goodyear e LaMaglia reconhecem nossa excelência. Conseguimos atrair marcas como a cerveja Sol da Heineken, Mitsubishi, Yamaha Racing, H Stern Karcher, Prime Field, Boali, Emana e Açaí Fresh que atuam nas demais verticiais nossas. A Sol se identificou com a energia dos nossas provas e busca ativações cada vez mais criativas com a comunidade biker. Este ano tivemos também o ingresso da Hupi, que lançou uma linha exclusiva de óculos de sol em collab com o Sertões.
A tribo do Sertões pode sonhar como uma temporada ainda mais desafiadora e intensa?
LEONORA GUEDES – O MTB Cup complementa a estratégia da plataforma Sertões de promover o Brasil. O rally sempre desbravando mais o Brasil profundo, o interior. O kitesurf vinculado ao potencial do nosso litoral. E o MTB quer criar experiências nos parques ecológicos estaduais. E escolhemos destinos especiais que abriguem bem os atletas, seus familiares e amigos. A ideia é consolidar as etapas de Mantiqueira, Ibitipoca e Pirenópolis no calendário da modalidade em 2025 e estamos trabalhando todos os detalhes para ampliar o circuito e trazer boas novidades no próximo ano.
A etapa de Pirenópolis é considerada a casa de Raiza Goulão. Do ponto de vista técnico, o que a anfitriã pode destacar da prova deste ano?
RAIZA GOULÃO – Receber esse grande evento em meu quintal é uma grande honra e ainda poder vivenciar ao máximo. Competir na E-bike que é uma novidade pra mim será muito divertido. Esse ano teremos o melhor de Pirenópolis, com mais trilhas no lugar que é o berço do MTB no Cerrado.
Qual o potencial do circuito Sertões para a comunidade do MTB?
RAIZA GOULÃO – O Sertões entra no MTB com uma estrutura profissional e uma marca que empodera qualquer evento. Compartilhar a experiência do rally, que é um produto consolidado, vem ajudando muito para contruirmos as etapas de MTB que oferecem experiências sempre surpreendentes para os atletas.
Como é ser embaixadora do Sertões?
RAIZA GOULÃO – Minha missão é compartilhar minha experiência de atleta que já representou o Brasil em duas edições de Jogos Olímpicos, compete em eventos internacionais e está em entre as principais atletas da modalidade no país. No primeiro contato com o Sertões, apresentei todo o potencial da minha região e fico feliz que Pirenópolis tenha se tornado uma etapa. Gosto de representar marcas que me conecto. Fundamental também que o Sertões vai além do competitivo, pois envolve as comunidades locais e deixa legados por passa. Acredito que meu nome deve estar junto de quem tem um propósito maior na vida.
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YGOR GABRIEL RESENDE DA SILVA
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