30/09/2024 às 16h10min - Atualizada em 02/10/2024 às 08h00min

Intercâmbio nos EUA registra aumento de 7,6%

O número de estudantes brasileiros matriculados em cursos de graduação e pós-graduação nos Estados Unidos cresceu na temporada entre 2022 e 2023, chegando a mais de 16 mil pessoas; especialista destaca os desafios além do inglês, a adaptação cultural e compreensão de como funciona o sistema universitário dos Estados Unidos

SARAH MONTEIRO
Divulgação

De acordo com dados recentes da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta), o setor de intercâmbio no Brasil movimentou aproximadamente R$ 3,7 bilhões em 2023, representando um crescimento de 18% após a pandemia. 

Com base na pesquisa, três pontos importantes motivam os estudantes para a realização do intercâmbio: a oportunidade de conhecer países e culturas diferentes, 45%; interesse em investir em idiomas, 29,2%; e vivenciar uma experiência internacional que combina estudo, trabalho e turismo, 10,6%.

O intercâmbio educacional para os Estados Unidos está em ascensão, com um aumento significativo de 7,6% no número de estudantes internacionais escolhendo o país como destino, segundo dados do "Open Doors Report on International Educational Exchange" divulgado pelo Institute of International Education.

No cenário da educação brasileira, as escolas estão adotando cada vez mais programas de intercâmbio internacional como uma forma de enriquecer a experiência educacional de seus alunos. Essas iniciativas proporcionam não apenas a oportunidade de aprender em um ambiente internacional, mas também de mergulhar em novas culturas, expandir horizontes e desenvolver habilidades de comunicação e adaptabilidade.

Entre 2022 e 2023, um total de 16.025 mil brasileiros embarcaram em experiências de intercâmbio nos Estados Unidos, solidificando o Brasil como o oitavo país que mais envia estudantes para esse destino. 

O levantamento também revelou que aproximadamente 49% dos intercambistas brasileiros escolheram os Estados Unidos com o objetivo de cursar a graduação e pós-graduação. Esse dado ressalta a reputação das instituições de ensino superior americanas e a busca por uma formação acadêmica internacionalmente reconhecida.

"O intercâmbio educacional é uma porta de entrada para o desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes brasileiros", afirma Philip Murdoch, CEO da Legacy School. "Os Estados Unidos da América oferecem uma variedade de oportunidades acadêmicas, culturais e de networking que enriquecem a experiência dos intercambistas e os preparam para os desafios do mercado global", continua.

Para Philip, o intercâmbio desempenha um papel crucial tanto na escolha da profissão quanto no sucesso profissional de um indivíduo. "Nossos alunos voltam não apenas com um conhecimento aprofundado do idioma e da cultura do país de acolhimento, mas também com uma perspectiva mais ampla do mundo e uma maior confiança em si mesmos." 

Ele destaca ainda que o programa de intercâmbio da Legacy, que ocorrerá entre os dias 24 de setembro e 07 de outubro, vai além do aprendizado do idioma: "Os alunos têm a oportunidade de participar de projetos de voluntariado, conhecer universidades americanas e participar de atividades culturais durante sua estadia no exterior."

Planejar um intercâmbio exige organização e deve começar com bastante antecedência. Idealmente, os estudantes devem iniciar o processo entre 12 e 18 meses antes da data desejada para viajar. Esse período permite escolher o destino e o programa de intercâmbio mais adequados, reunir a documentação necessária, como passaporte e visto, além de se preparar financeiramente para os custos envolvidos. É importante também considerar a adaptação ao idioma do país escolhido, garantindo que o estudante tenha fluência básica antes da partida. Outro ponto essencial é se familiarizar com os costumes e regras do país de destino, o que pode evitar dificuldades culturais e burocráticas durante a estadia.

Segundo especialistas do setor de imigração, a maior dificuldade do jovem estudante é não conhecer a cultura americana, não aprofundar costumes, regras e burocracias, que podem afetar e prejudicar sua estadia. 

Philip acredita que o intercâmbio funciona como um treinamento imersivo e determinante para todos aqueles que desejam e almejam estudar e trabalhar em outro país. ""Além disso, diferenças sutis nas normas sociais e expectativas acadêmicas também podem representar desafios significativos. Por exemplo, a abordagem pedagógica, as interações em sala de aula e até mesmo as práticas de estudo podem variar consideravelmente em comparação com o sistema educacional do país de origem do estudante", exemplifica.

À medida que mais escolas adotam essas iniciativas de intercâmbio, é evidente que estão investindo no futuro de seus alunos, preparando-os para se tornarem cidadãos globais competentes e conscientes. Com uma ênfase crescente na internacionalização da educação, o intercâmbio internacional está se tornando uma parte essencial do currículo escolar brasileiro, proporcionando oportunidades únicas de crescimento pessoal e acadêmico para os alunos de hoje e líderes de amanhã.


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SARAH MONTEIRO DE CARVALHO
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