19/09/2024 às 11h04min - Atualizada em 20/09/2024 às 08h01min

Nova equipe de oncologia digestiva do HJSC traz técnicas avançadas do Japão, referência mundial na área

Com uma equipe experiente, Hospital Japonês Santa Cruz reforça a conscientização do Setembro Verde sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de intestino

VIVIANE BUCCI
Hospital Japonês Santa Cruz
Com o objetivo de melhorar ainda mais o atendimento ao público em uma área tão sensível e importante para a população, o Hospital Japonês Santa Cruz (HJSC) investiu neste semestre na ampliação de seu quadro de especialistas: uma nova equipe de oncologia digestiva, focada no atendimento de pacientes com cânceres que afetam órgãos do aparelho digestivo. A instituição busca elevar ainda mais o padrão de qualidade no diagnóstico, tratamento e acompanhamento de doenças oncológicas, combinando o que há de mais avançado em tecnologia e ciência no Brasil e no Japão, país referência em oncologia digestiva.

A equipe de oncologia digestiva, que já está atendendo, é responsável tanto pelo atendimento ambulatorial quanto pela realização de cirurgias de alta complexidade. A iniciativa amplia o acesso dos pacientes a tratamentos modernos e inovadores. A grande novidade é a integração de práticas japonesas de combate ao câncer, especialmente em tumores gástricos e das vias biliares, fruto da parceria entre o hospital e centros de excelência no Japão.

A nova equipe de oncologia digestiva é composta pelos médicos Dr. Iron Pires de Abreu Neto, Dr. Daniel Kendi Fukuhara, Dra. Louisie Galantini Lana de Godoy e Dra. Caroline Petersen da Costa Ferreira. Cada um dos especialistas traz uma bagagem importante de formação acadêmica e experiência clínica, com passagens por alguns dos hospitais mais prestigiados do Brasil.

Setembro Verde

O anúncio dos novos especialistas chega no mês de setembro, que tem importante campanha para a área de atuação dos profissionais: o Setembro Verde, que foca na conscientização da população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de intestino. A doença, que afeta o intestino grosso e o reto, é o segundo tipo de câncer mais comum no Brasil. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), em cada ano do triênio 2023-2025 serão diagnosticados cerca de 46 mil casos novos de câncer colorretal, correspondendo a cerca de 10% do total de tumores diagnosticados no Brasil (excluindo-se o câncer de pele não melanoma).

A campanha Setembro Verde reforça a necessidade de exames preventivos regulares, especialmente em pessoas acima de 50 anos, ou com histórico familiar da doença. "O câncer colorretal é altamente tratável quando detectado precocemente. A campanha tem um papel fundamental em alertar as pessoas sobre os fatores de risco e a importância da prevenção", destaca o Dr. Iron.

Colaboração com o Japão e a importância na oncologia digestiva

A colaboração com o Japão é um dos pilares dessa nova equipe. O país asiático, referência mundial em oncologia digestiva, é conhecido por seu pioneirismo no desenvolvimento de técnicas cirúrgicas e tratamentos oncológicos de vanguarda. Para o Dr. Iron, essa parceria terá grande impacto nos resultados de tratamentos realizados no Hospital Japonês Santa Cruz.

“O Japão se destaca no tratamento de diversos tipos de cânceres do aparelho digestivo, sendo o berço de técnicas cirúrgicas hoje adotadas mundialmente. O câncer de estômago é um grande exemplo da importância do Japão na oncologia digestiva. As técnicas desenvolvidas no país são reconhecidas globalmente, e os resultados obtidos nos hospitais japoneses são os melhores do mundo para esse tipo de tumor”, afirma o especialista.

O câncer de estômago, que possui alta incidência no Japão, é tratado com grande eficiência nos hospitais japoneses. A detecção precoce, por meio de programas de rastreamento em massa, tem sido a chave para o sucesso no combate à doença. “O extenso programa de rastreamento no Japão permite a detecção precoce do câncer de estômago, o que aumenta significativamente as chances de cura. As técnicas cirúrgicas desenvolvidas lá são um marco e vêm sendo adotadas em todo o mundo”, diz o médico.

Técnicas avançadas e inovação no tratamento do câncer

A expertise da equipe vai além da mera aplicação de tratamentos convencionais. Uma das grandes vantagens dessa nova fase do Hospital Japonês Santa Cruz é a implementação de técnicas cirúrgicas inovadoras, muitas delas desenvolvidas e aperfeiçoadas no Japão. Segundo o Dr. Iron, "os avanços na cirurgia minimamente invasiva, como a videolaparoscopia e a cirurgia robótica, são algumas das tendências mais promissoras na oncologia digestiva".

Além das técnicas cirúrgicas avançadas, o Japão também lidera pesquisas que buscam entender melhor a genética dos tumores digestivos, permitindo o desenvolvimento de terapias mais personalizadas e eficazes. "A compreensão genética dos tumores está abrindo portas para tratamentos mais direcionados, que atacam especificamente as características únicas de cada tumor. Isso é extremamente promissor", destaca o médico.

Desafios no Brasil: diagnóstico tardio e cirurgias complexas

Apesar dos avanços e da inovação, a equipe também enfrenta desafios no cenário brasileiro. Um dos principais obstáculos, segundo o Dr. Iron, é o diagnóstico tardio dos cânceres digestivos. “Infelizmente, no Brasil, a maioria dos diagnósticos é feito em estágios avançados, o que reduz as opções de tratamento e as chances de cura. O maior desafio é o diagnóstico precoce das lesões, pois quanto mais cedo o diagnóstico, maior a possibilidade de cura”, alerta o médico.

Além disso, o tratamento cirúrgico dos cânceres digestivos é extremamente complexo. Algumas cirurgias podem durar mais de 12 horas, como no caso dos procedimentos para remoção de colangiocarcinomas. O Dr. Iron Pires explica que a preparação dos cirurgiões para esse tipo de operação é longa e rigorosa, o que torna o treinamento contínuo essencial para garantir a excelência nos resultados.

Detalhes da nova equipe

O Dr. Daniel Kendi Fukuhara (CRM 129669) possui residência médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e concluiu seu mestrado em 2022, também pela Santa Casa, com foco em câncer gástrico. Sua formação internacional inclui um fellowship de aprimoramento em câncer gástrico realizado no Seoul National University Hospital, na Coreia do Sul, em 2012. Além disso, ele participou do programa de aperfeiçoamento em câncer gástrico da Santa Casa de São Paulo em 2013, o que reforça sua especialização na área.

O Dr. Iron Pires de Abreu Neto (CRM 147920) também tem uma formação sólida, com residência médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela Santa Casa de São Paulo e especialização em transplante de fígado e pâncreas pela Universidade Federal de São Paulo. Seu mestrado em ciências da saúde, concluído também na Universidade Federal de São Paulo, é apenas uma parte de sua trajetória. Em 2019, ele passou uma temporada no Japão, na Universidade de Nagoya, onde realizou um observership em colangiocarcinoma, um tipo de câncer raro das vias biliares, que é um dos focos de sua atuação no HJSC.

A Dra. Louisie Galantini Lana de Godoy (CRM 164697) é uma das referências em coloproctologia no país. Ela concluiu sua residência médica pela Santa Casa de São Paulo e, desde 2014, integra o grupo de proctologia da instituição. Membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, Dra. Louisie traz uma vasta experiência no tratamento de doenças benignas e malignas do intestino grosso e reto.

A Dra. Caroline Petersen da Costa Ferreira (CRM 158967) completa a equipe com sua expertise em cirurgia do aparelho digestivo. Com residência pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, ela realizou mestrado em pesquisa cirúrgica e se aperfeiçoou em cirurgia hepática e hipertensão portal em 2018, também na Santa Casa. Sua atuação será fundamental para os casos que envolvem cânceres do fígado e demais órgãos do aparelho digestivo.

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VIVIANE SOARES BUCCI
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