Com o aumento dos eventos climáticos extremos, como chuvas intensas, estiagens prolongadas e variações bruscas de temperatura, cresce também a preocupação com a saúde mental da população. O termo "ecoansiedade" ou "ansiedade climática" descreve o medo crônico e a angústia em relação às mudanças climáticas e suas consequências. Embora não seja um diagnóstico clínico, a ecoansiedade pode afetar profundamente a vida cotidiana, tornando-se uma questão psiquiátrica para algumas pessoas. Um estudo recente da American Psychology Association destaca que mais de 49% dos entrevistados em todo o mundo responderam ter momentos intensos de ansiedade quando se trata do tema mudanças climáticas. Tudo isso, pode ser agravado pela cobertura midiática e pela sensação de culpa e impotência diante da crise ambiental. Este tema abre uma importante discussão sobre o papel da mídia, da sociedade e das políticas públicas na mitigação dos efeitos da ecoansiedade.
Segundo o doutor em meio ambiente e pró-reitor da Uninter, Rodrigo Berté, uma chuva, uma estiagem prolongada, trovões, raios, frio/calor, que antes eram eventos tidos como naturais, têm levado a uma profunda preocupação com a saúde mental das pessoas. Torna-se uma questão psiquiátrica quando a preocupação é tanta que afeta a vida cotidiana da pessoa e de seus familiares. No passado, o agricultor esperava a chuva para plantio ou para as plantas em crescimento sem qualquer preocupação. Hoje, ao sinal de chuva, espera-se de acordo com o clima uma verdadeira tempestade, com efeitos danosos às plantas, o que a ansiedade passa a tomar conta, e não o desejo de alegria pelo solo que será irrigado e as plantas em crescimento.
De acordo com o estudo, o quadro psicológico da ecoansiedade está relacionado a uma experiência desagradável, de angústia englobando situações negativas como preocupação e, ao mesmo tempo, a culpa. Um dos entrevistados mencionou a relação de culpa, dizendo que poderíamos frear esses eventos climáticos, se cada cidadão global assumisse uma postura de ética ambiental ou o cuidado com o meio ambiente. A ecoansiedade está relacionada também com o tipo de informação transmitida pela mídia que em alguns momentos é agravada tendo em vista a magnitude de um evento climático.
Sugestão de entrevistado:
Rodrigo Berté é pró-reitor de Graduação do Centro Universitário Internacional Uninter. Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento, Pós Doutor em Educação e Ciências Ambientais.
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VALQUIRIA CRISTINA DA SILVA
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