03/09/2024 às 11h23min - Atualizada em 04/09/2024 às 08h01min

Santa Casa de Araçatuba lança cartilha para combater assédio moral e sexual

Vou verificar no grupo se eles nos ajudariam com o contato com as familias, porque mandamos mensagens para a Dalila que é enfermeira responsavel e ela não deu sinal de vida. Vou ver com o doutor Danilo tbm

ISABELLA OSTOLIN
Santa Casa de Araçatuba
Com o objetivo de criar um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todos os seus colaboradores, a Santa Casa de Araçatuba lançou uma cartilha educativa focada em combater todas as formas de assédio, tanto moral quanto sexual. A iniciativa faz parte de uma política organizacional mais ampla, destinada a promover a cortesia e o respeito entre os profissionais de saúde.

O administrador da Santa Casa de Araçatuba, Luiz Otávio Barbosa Viana, explicou que a ação é “educativa e preventiva”. “A cartilha visa orientar as pessoas que atuam dentro do hospital sobre os limites das ações que podem ser caracterizadas como assédio, seja moral ou sexual”, afirmou. Ele destacou também que a campanha alerta os colaboradores sobre comportamentos inadequados e esclarece que o hospital não tolera nenhum tipo de assédio. Segundo o administrador, a cartilha é um guia que define claramente as condições que caracterizam o assédio, deixando evidente que o hospital adota uma postura de zero tolerância a essas práticas.

“A cartilha ajuda a uniformizar e padronizar o comportamento esperado dos colaboradores. Ela serve como uma baliza: você deve se comportar dentro dessas linhas, e qualquer coisa fora disso pode ser caracterizada como assédio”, explicou Luiz Otávio. “Com tantos funcionários, não conseguimos monitorar cada um individualmente, então a cartilha oferece diretrizes claras”, acrescentou.

A diretora de Recursos Humanos da Santa Casa, Juliana Valdivieso, reforçou a importância da campanha e o motivo pelo qual a instituição decidiu adotá-la. “O que queremos é que o ambiente de trabalho seja caracterizado pela urbanidade, educação e tranquilidade para os nossos profissionais. Eles já trabalham sob pressão, lidando com pacientes que sentem dor, têm pressa ou medo de um diagnóstico. Precisamos garantir que o profissional tenha um ambiente tranquilo para poder cuidar”, destacou.

Juliana enfatizou que a campanha é, antes de tudo, uma política organizacional que visa proporcionar aos colaboradores um ambiente de trabalho harmonioso e sem pressões indevidas. Para assegurar que todos compreendam o que constitui assédio, a cartilha foi elaborada com a ajuda de Jéssica Cíntia, psicóloga organizacional da Santa Casa. Ela é responsável por visitar os setores, distribuir o material e esclarecer dúvidas dos funcionários.

A campanha vem em um momento que Santa Casa de Araçatuba está empenhada em fazer com que todos os seus colaboradores compreendam e respeitem as diretrizes estabelecidas na cartilha. Juliana explicou que, além da distribuição inicial para os atuais 1.760 funcionários, a cartilha também é apresentada a todos os novos contratados durante o processo de integração. “Assim, quando o novo profissional é contratado, ele já recebe essas orientações”, disse.

A psicóloga Jéssica Cíntia destacou que a cartilha não é apenas um documento entregue aos colaboradores, mas uma ferramenta de educação continuada. “Nós queríamos essa cartilha já há algum tempo, e agora estamos distribuindo. O objetivo é conscientizar os colaboradores em relação às condutas dentro do hospital, incluindo as regras e as questões de assédio moral e sexual. Isso ainda gera muita dúvida entre os colaboradores, então usamos a cartilha para conscientização”, afirmou.

Como psicóloga organizacional, Jéssica desempenha um papel essencial na implementação e no sucesso da campanha contra o assédio. Sua responsabilidade vai além de distribuir o material, ela é uma facilitadora do diálogo e da conscientização sobre o tema. “Explicamos as obrigações e condutas, passando nos setores, orientando o pessoal e tirando dúvidas”, diz. Ela ressaltou que muitos colaboradores ainda confundem ordens de chefia com assédio moral, o que destaca a importância de uma comunicação clara e precisa sobre o que constitui comportamento inadequado.

A cartilha, segundo Jéssica, detalha tanto o assédio moral quanto o sexual, fornecendo exemplos concretos de situações que podem ser consideradas assédio, como piadas inapropriadas ou mensagens com segundas intenções. “Orientamos os colaboradores a lerem a cartilha e procurarem atendimento psicológico, se necessário. Eles podem falar comigo diretamente, com a chefia, ou usar a ouvidoria”, explicou.

Canais de denúncias
Como parte da ação, a Santa Casa de Araçatuba intensificou a divulgação de canais de denúncias de assédio. Juliana Valdivieso explicou que a ouvidoria do hospital está preparada para receber queixas de assédio, e que a própria psicóloga organizacional, Jéssica, está à disposição para atender casos individualmente. “Se for necessário, levamos o caso para a administração, que nos orientará sobre as medidas a serem tomadas, como suspensão ou outras punições cabíveis, até mesmo uma justa causa, se for o caso”, afirmou Juliana.

A presença de um canal de denúncia bem definido é fundamental para garantir que os colaboradores se sintam seguros para relatar casos de assédio sem medo de retaliações. Essa abordagem promove um ambiente de trabalho mais seguro e acolhedor e fortalece a cultura organizacional baseada em respeito e dignidade.

Investimento contínuo
O lançamento da cartilha na Santa Casa de Araçatuba é visto como um passo fundamental em direção à implementação de uma política de compliance mais ampla. Luiz Otávio Barbosa Viana acredita que, embora o hospital ainda não tenha todas as ferramentas de compliance em vigor, a iniciativa de combate ao assédio representa um avanço importante. “Acredito que essa ação é um passo importante nesse sentido. Começar com a relação entre a organização e seus colaboradores é um bom começo, e isso já está bem claro”, afirmou.

Tanto Juliana quanto Jéssica esperam que a cartilha e as ações educacionais associadas a ela levem a uma melhoria no ambiente de trabalho da Santa Casa que também reflete no atendimento aos pacientes. “Queremos que todos os nossos colaboradores tenham tranquilidade e confiança nessa política, e que tratem seus colegas de forma mais respeitosa e calma. Isso faz parte da nossa missão como instituição”, concluiu Juliana.

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ISABELLA OSTOLIN RODRIGUES DOMINGOS
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