30/08/2024 às 12h19min - Atualizada em 02/09/2024 às 16h00min

Conhecendo e desvendando os mitos sobre a amamentação 

Maria Caroline Waldrigues

VALQUIRIA MARCHIORI
Rodrigo Leal

 Agosto é o mês no qual são realizadas inúmeras ações para a promoção do aleitamento materno. Por isso, ganhou o apelido de “Agosto Dourado”, em referência ao padrão ouro de qualidade do leite materno. Na primeira semana do mês, do dia 1º ao 8º, é realizada a Semana Mundial do Aleitamento Materno (SMAM), instituída na década de 90 e coordenada globalmente pela Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA), para promover a Declaração de Innocenti, um marco para a proteção, a promoção e apoio ao aleitamento materno.   

Para este ano, a temática da campanha é ‘Amamentação – apoie em todas as situações” e, segundo a própria WABA, tem por objetivo mostrar a necessidade de melhorar o apoio à amamentação para reduzir as desigualdades que existem em nossa sociedade, com foco especial na amamentação em tempos de emergências e crises.  

A professora Maria Caroline Waldrigues, que é mãe, enfermeira, mestre em Educação e coordenadora de cursos no Centro Universitário Internacional Uninter, afirma que toda a sociedade pode e deve promover ativamente ações para incentivar e apoiar a amamentação, principalmente quem tem na sua família uma mulher-mãe-nutriz. A principal contribuição, segundo ela, é combater os mitos presentes no cotidiano, que contribuem para o desmame precoce eque elevam os índices de morbimortalidade infantil. Ela mesmo explica quais são os três mitos mais comuns.  

Mito 1 – “Meu leite é fraco” 

O leite materno não é fraco! O leito materno é a melhor escolha nutricional, pois é nutritivo e vivo, contem uma distribuição equilibrada de macronutrientes, micronutrientes essenciais para a saúde do bebê, além de componentes imunológicos e hormônios. No entanto, essa composição é dinâmica e pode variar conforme diversos fatores, como o estágio da lactação (fase do colostro, leite de transição e o maduro), a alimentação da mãe, a hora do dia, a idade do bebê e as condições de armazenamento do leite. Por isso, não desconfie da capacidade de uma mulher-mãe produzir leite de qualidade!  

Mito 2 – “Meu leite é insuficiente” 

O leite materno, na maioria das vezes, é suficiente para os bebês! Aqui vale a máxima: ‘quando mais o bebê mamar/sugar, mas leite será produzido’, pois ‘peito não é estoque de leite, ele é própria fábrica’! A sucção é um importante estímulo na produção do leite e na ejeção do leite. A maioria da mulheres-mães são capazes de produzir leite em quantidade e qualidade suficientes para seu bebê!  

Mito 3 – “O bebê não quis pegar o peito” 

Amamentar é uma ação a ser aprendida, não é de forma alguma uma prática simples ou automática. Bebês que são recém-nascidos podem ter dificuldade de sugar, pois tanto a mulher quanto o bebê estão se adaptando ao processo de amamentação! Neste momento, não incentive ao uso de chupetas e mamadeira, pois eles são deletérios para este processo! Procure ajuda profissional para avaliar e ajustar a pega, a posição, dentre outros elementos.   

“A rede de apoio à mãe-lactante deve dar menos pitaco e oferecer mais apoio, em especial uma escuta acolhedora, sempre. Também deve colaborar com as tarefas domésticas para não sobrecarregar a mãe-lactante, como limpar a casa e cozinhas”, sugere a professora. 

 “Amamentar é um ato político! É preciso melhorar a educação e o apoio à amamentação, e isto não é sobre empatia, é também sobre políticas e direitos”, finaliza. 


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VALQUIRIA CRISTINA DA SILVA
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