Jovens brasileiros levam suas realidades locais para um simulado da COP 30

Iniciativa do 28º Cultura Inglesa Festival conectou arte, educação e cidadania em um movimento de jovens em defesa do clima

ELAINE SILVA
14/10/2025 19h55 - Atualizado há 3 horas

Jovens brasileiros levam suas realidades locais para um simulado da COP 30
Divulgação Cultura Inglesa
A um mês da COP 30, quinze jovens entre 14 e 16 anos se reuniram no Centro Brasileiro Britânico (CBB), em São Paulo, para simular a conferência do clima da ONU. Mas, em vez de representar países, como acontece com as delegações na Conferência das Partes, cada jovem falou em nome do território onde vive. O grupo contou com participantes de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Brasília, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Eles levaram para o debate os desafios ambientais e sociais das suas regiões. 

As discussões deram origem a um documento coletivo. A carta aberta da Liga da Justiça Climática – Create for Change pede ações concretas em energia renovável, preservação ambiental e justiça climática. Entre as propostas, destacam-se transporte elétrico, “cidade esponja”, IPTU verde e ecoescolas. As principais dores reveladas são a desigualdade socioambiental, a falta de infraestrutura nas periferias e a ausência de políticas eficazes de educação e engajamento climático. O documento chegará até a conferência real, que acontecerá em novembro, em Belém (PA), pelas mãos da enviada especial Maguy Etlin, cofundadora da BlastU, plataforma de inovação e cultura digital, e vice-presidente da Fundação Bienal de São Paulo


Entre as participantes do simulado, Larissa de Oliveira, 16 anos, de São Paulo, falou sobre a importância de dar visibilidade a questões locais como a poluição do ar. Para ela, justiça climática significa amparar os mais vulneráveis. “Gostaria que os líderes mundiais se comprometessem de forma unida com o apoio ambiental, enxergando a natureza como parte de nós, não como recurso econômico”, afirmou.

Para Lara Cardoso da Silva, de 15 anos, de Santa Catarina, participar da simulação da COP foi uma oportunidade de refletir sobre a responsabilidade que cada morador tem com o ambiente onde vive. Ela chamou a atenção para os impactos da poluição industrial nas margens do rio Itajaí-Açu, um dos mil mais poluídos do mundo. “Se eu pudesse deixar uma mensagem aos líderes que estarão em Belém, seria simples e direta: aprendam com a natureza. O meio ambiente não precisa da gente, nós é que precisamos dele”, avaliou..

Já para Graziela Van Teffelen Minelli, de 14 anos, representar Porto Alegre no simulado significou trazer para o debate o que aconteceu, e o que ainda acontece, como consequência das mudanças climáticas, a exemplo das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024. “É uma chance de mostrar a dura realidade da perda de biodiversidade, a destruição de indústrias, estradas e bairros inteiros, e o fato de que, até hoje, algumas áreas continuam alagando sempre que chove”, destacou.

O time que participou da simulação da COP 30 recebeu mentoria artístico-pedagógica da Companhia Arthur-Arnaldo, que os preparou para representarem seus próprios territórios e continuará ao longo deste semestre os apoiando no planejamento e execução de ações locais voltadas à sustentabilidade.

 

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