Empresas familiares representam a maior parte dos negócios em operação no Brasil, muitas delas com forte enraizamento emocional e vínculos construídos ao longo de gerações. No entanto, especialistas apontam que a falta de formalização nas relações entre sócios pode colocar em risco não apenas a gestão, mas também a reputação e a sustentabilidade dessas empresas.
Para o Instituto Brasileiro de Auditoria e Compliance (IBRAC), a ausência de um acordo de sócios bem estruturado é uma das principais fragilidades enfrentadas por organizações familiares em crescimento ou transição. Sem regras claras, decisões unilaterais, disputas internas e conflitos sucessórios podem se tornar inevitáveis — afastando investidores, impactando a governança e, em casos mais graves, gerando litígios ou investigações.
“A governança não pode depender apenas da boa vontade ou do histórico familiar. É preciso estabelecer compromissos formais, com transparência e visão de longo prazo. O acordo de sócios é uma ferramenta estratégica para proteger o negócio e preservar a reputação da empresa diante de crises”, afirma Kátia Lema Perez, diretora do IBRAC.
O instituto atua junto a empresas de todo o país, oferecendo diagnóstico de riscos de governança, apoio à construção de acordos societários personalizados e incentivo à adoção de uma cultura de integridade com foco na prevenção.
Para o IBRAC, o acordo de sócios deve ir além da proteção jurídica. Ele deve ser tratado como um instrumento de compliance e sustentabilidade, com cláusulas que definam responsabilidades, critérios de sucessão, formas de tomada de decisão, entrada e saída de sócios, distribuição de lucros e resolução de impasses.
“Integridade começa dentro de casa. Quando uma empresa familiar estrutura seus acordos de forma clara e ética, ela envia uma mensagem poderosa ao mercado: de que está preparada para crescer com solidez, respeitando seus valores e suas relações internas”, destaca Kátia.
A recomendação do IBRAC é que empresas familiares incorporem esse tipo de ferramenta como parte fundamental de sua governança. A formalização, segundo a entidade, não engessa o negócio — ao contrário, traz segurança, previsibilidade e resiliência.
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ALINE PORFIRIO RIBEIRO
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