Iniciativa pioneira acolhe e transforma a vida de colaboradoras vítimas de violência doméstica
Apoio integrado gera nova perspectiva às vítimas; 80% rompem com agressor
NADJA CORTES
02/10/2025 17h33 - Atualizado há 3 horas
Divulgação HSC
Só no último ano, as estatísticas de violência contra a mulher no Brasil chegaram ao patamar alarmante de 21,4 milhões de vítimas, segundo pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em meio a este contexto, uma iniciativa pioneira mostra que o enfrentamento à violência de gênero não só pode ser incorporado de forma prática nas instituições como tem potencial para gerar resultados significativos. Criado para apoiar colaboradoras e terceiras vítimas de violência doméstica, o Programa Florescer, da Rede Santa Catarina, completa um ano com a marca de 100 mulheres atendidas, 12 destas em situação de risco agravado (o que inclui tentativa de homicídio). Ao receber acolhimento individualizado, suporte psicológico, jurídico e social, a atendida passa a ter estímulo e confiança para buscar uma mudança de realidade. Prova disso é que, no período, 80% romperam com seus agressores. Entre as histórias impactadas pela iniciativa, a maior parte chega a um desfecho positivo e passa a ser uma referência para quem enfrenta o problema da violência dentro de casa. “Hoje me sinto mais confiante e percebo como fui ajudada de diversas formas. Consegui romper o ciclo em que vivia e agora sigo em frente, buscando equilíbrio entre minha vida pessoal e profissional”, conta uma das mulheres acolhidas pelo Florescer. Para Elaine Regina Ferreira, diretora executiva de Gestão de Pessoas e ESG da Rede Santa Catarina, o programa tem um alcance que vai além das colaboradoras: “Elas desenvolvem uma consciência ampla sobre como se dá o ciclo de violência e recebem todo apoio, assim como sua família. Nós já atendemos filhas de vítima, por exemplo, e isso é essencial porque se trata do bem-estar coletivo. Durante esse primeiro ano, nós ajudamos a salvar e transformar inúmeras vidas”. Ao contribuir para uma cultura de respeito e igualdade e demonstrar o impacto das ações, o Florescer comprova que as empresas podem ser agentes de transformação social, avalia Alline Cezarani, CEO da Rede Santa Catarina. “Esse é um desafio para toda sociedade. Precisamos ser esse espaço de acolhimento e apoio, onde mulheres em situação de violência podem encontrar escuta, proteção e caminhos para reconstruírem suas vidas com dignidade, segurança e esperança”, conclui. Parcerias intersetoriais O Hospital Santa Catarina – Paulista foi palco da celebração de um ano do Programa Florescer. Parceria da Rede SC com a ONG Bem Querer Mulher e o Instituto Polaris, o encontro reuniu especialistas em debates sobre o cenário da violência contra a mulher no Brasil, os impactos desse problema estrutural nas empresas e na sociedade e as possibilidades de transformação por meio de parcerias intersetoriais. O evento contou com a participação de Daniela Grelin (Diretora Executiva do Pacto Global da ONU), Dra. Nathalie Malveiro (Promotora de Justiça do Núcleo de Gênero do MP-SP), Dra. Marina Cerqueira (Delegada da 4ª Delegacia da Mulher), Stella Verzolla (secretária municipal adjunta de Direitos Humanos e Cidadania), João Santos (presidente da ONG Bem Querer Mulher), Guilherme Cavalieri (sócio fundador do Instituto Polaris de Responsabilidade Social), além de representantes das empresas Natura, Accor e Espaço Laser, que dividiram iniciativas exitosas como agentes de transformação social. Sobre o programa O Programa Florescer atua em quatro frentes: sensibilizar, acolhendo as colaboradoras e terceiras em situação de insegurança doméstica; acolher, oferecendo suporte psicológico, jurídico e social; promover: a reinserção social das mulheres atendidas; e orientar, formando uma rede de apoio. Parcerias como a ONG Bem Querer Mulher, além do estímulo ao uso de canais oficiais (Disque 180, Casa da Mulher Brasileira e Delegacias da Mulher), fortalecem a rede de proteção. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
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