Especialista em cibersegurança apoia campanha nacional de combate a crimes digitais contra crianças
EMILLY ANDRADE
02/10/2025 12h54 - Atualizado há 2 horas
IStock
A proposta de um projeto de lei para criação de uma campanha nacional de prevenção e combate a crimes digitais contra crianças, adolescentes e pessoas com deficiência foi aprovada pela Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência na semana passada. Entre as ações previstas estão palestras, congressos e seminários sobre éticas e riscos de crimes digitais, além de divulgação de mensagens na internet, rádio, TV e outros meios de comunicação, com orientações sobre prevenção e canais de denúncia. Para o especialista em segurança da informação João Melo Lucas Brasio, diretor-executivo da Elytron Security e presidente da comunidade de pesquisa em segurança White Hat Hackers, a realização de uma campanha é um passo necessário e inadiável. “O avanço da tecnologia, especialmente da Inteligência Artificial, trouxe benefícios inegáveis à sociedade, mas também ampliou a superfície de ataque para práticas criminosas. Hoje, qualquer cidadão, independentemente da idade ou condição, pode ser vítima de manipulações digitais sofisticadas, que vão desde o uso de deepfakes até estratégias de aliciamento em ambientes virtuais”, alerta o especialista. Brasio explica que, do ponto de vista técnico, a IA amplia o alcance de ataques ao permitir a automação de golpes e a criação de conteúdos falsos praticamente indistinguíveis do real. Portanto, é urgente acelerar o desenvolvimento e a adoção de ferramentas de detecção de deepfakes, manipulação de dados e comportamentos anômalos em redes sociais e aplicativos de mensagens. “Hoje, já existem algoritmos capazes de identificar alterações sutis em imagens, vídeos ou áudios, mas sua integração nas grandes plataformas ainda é insuficiente. Tornar obrigatória a implementação desses mecanismos, sob auditoria independente, é essencial para reduzir o alcance dos criminosos”, aponta João Melo Lucas Brasio. De acordo com um relatório divulgado no dia 20 de setembro pela SaferNet, organização não governamental sem fins lucrativos, que desde 2005 trabalha na promoção do uso ético, cidadão, responsável e seguro da internet, com foco nos direitos humanos, quase sete em cada 10 denúncias de crimes digitais no Brasil são de exploração sexual infantil. “O criminoso se vale de ferramentas cada vez mais acessíveis e poderosas, enquanto a vítima muitas vezes não possui conhecimento básico para reconhecer sinais de fraude ou manipulação. Por isso, campanhas educativas, associadas a políticas públicas de capacitação, tornam-se fundamentais não apenas como instrumento de prevenção, mas como mecanismo de redução das desigualdades digitais”, conclui Brasio. O próximo passo da proposta do PL para a criação da campanha nacional apresentada pela Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência é ser analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, ela precisa ainda ser aprovada tanto pela Câmara quanto pelo Senado. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
EMILLY SANTOS DE ANDRADE
[email protected]