É tempo de travessia, não há mais retorno para as transformações que precisam chegar no individual e também no coletivo. Novos tempos se aproximam, as estruturas como são já começam a se romper, e o eclipse de domingo foi a porta para o início de um ciclo que pede a nossa responsabilidade com nossa própria existência e o papel que desempenhamos no mundo. Não se trata de uma competição e sim de uma superação pessoal para o ajuste daquilo que já não faz mais sentido prosseguir em nós, que já não faz mais sentido na nossa evolução.
Eclipses são sempre pontos de mudanças, e uma lua nova traz para nós a possibilidade de plantar o novo, sem ilusões, sem máscaras de quem realmente somos. Este em especial vem acompanhado de um fenômeno raro de acontecer: duas luas novas no signo de Virgem. Se a primeira já nos pedia ajustes e um olhar responsável para nós mesmos, esta segunda, em um grau analítico, ou seja, o último e de grande impacto no signo, dá ultimato: é o momento de agir, colocar a casa em ordem. Casa aqui se lê o espaço físico, mas também, e, principalmente o interno. Corpo e mente pedem atenção.
A saúde entra em pauta, o nosso cuidado real com nossos corpos: cuidamos verdadeiramente deste veículo que nos permite viver na Terra ou estamos desrespeitando nossos corpos, tratando-o muitas vezes de forma até agressiva, em busca de aceitação, de padrões que nos passam a ilusão de pertencimento? Este eclipse pede essa reflexão, assim como o cuidado mental.
A saúde mental tão negligenciada pede passagem: aquilo que pensamos e sentimos nos faz ser quem somos. Este eclipse vem recomeçar a temporada lunar virginiana no céu, enquanto se inicia o Sol em Libra pedindo equilíbrio. Se anteriormente em Leão surgiram as reflexões sobre nosso autovalor, em Virgem percebemos como esse está associado ao respeito que temos com quem somos, com aquilo que nos faz únicos e muitas vezes negligenciamos para caber em espaços que não são para nós. Por quê? Para quem? Para quê? Após o céu nos pedirmos para questionarmos o que achamos que queremos e principalmente o que realmente queremos a partir de quem somos e do que fizeram de nós, este eclipse traz outro ponto potente, já que faz oposição aos planetas da vez: Netuno e Saturno, que durante todo o ano protagonizaram uma parceria que se intensificará nos próximos meses, neste ciclo que se abre para todos nós.
É o ajuste necessário, os pingos nos is, o que precisa ser revisto, repensado, mas principalmente iniciado. O céu pede que você deixe de lado tanto medo, tanta culpa, tanta autossabotagem, pede um trabalho sério em tudo aquilo que tem te tirado do eixo, e pede que você dê o passo, que a vida se encarregará de colocar o chão. Saturno e Netuno juntos nos primeiros graus de Áries nos trazem a sensação de urgência do que não pode mais ser adiado.
É um ponto de virada que pede reorganização, clareza e escolhas conscientes. A oposição entre Saturno e Netuno nos primeiros graus de Áries cria uma tensão entre o real e o ideal, entre o sonho e a estrutura, entre a necessidade de agir de maneira prática e a tentação de se perder em ilusões ou de fugir da responsabilidade.
Netuno em Áries abre o horizonte para novas visões, desperta sonhos ousados, chama para imaginar uma vida diferente, mas também pode trazer confusão, desorientação e uma sensação de não saber por onde começar. Saturno, ainda oscilando entre Peixes e Áries, lembra que nada se sustenta sem base sólida, sem responsabilidade e sem o esforço contínuo que dá forma ao que desejamos. Esse diálogo tenso com o eclipse em Virgem nos força a colocar os pés no chão e a discernir o que é inspiração verdadeira e o que é apenas fuga. É como se o céu pedisse uma ponte entre a sensibilidade e a disciplina, entre a espiritualidade e o cotidiano, entre a visão e a concretização. Não se trata de abandonar os sonhos, mas de filtrá-los, lapidá-los e organizá-los de forma que possam se manifestar no mundo real. O eclipse em Virgem exige que cada detalhe seja revisto, que as rotinas sejam ajustadas, que a saúde e o corpo sejam cuidados, que os projetos ganhem forma.
E a oposição a Saturno e Netuno lembra que, para isso, é preciso coragem para soltar as ilusões e maturidade para assumir o que realmente importa. Esse é um momento de encarar de frente as próprias contradições: a vontade de criar algo novo e grandioso versus o medo das limitações, o impulso de seguir a intuição versus a necessidade de cumprir compromissos concretos. O eclipse mostra que não há mais espaço para permanecer na indecisão. Ele exige escolhas. A tensão que sentimos agora não é um castigo, mas um chamado a alinhar sonho e realidade, visão e prática, espiritualidade e vida diária. É a oportunidade de transformar ideais nebulosos em estruturas vivas e sustentáveis.
O planeta pede responsabilidade com a natureza e a consciência de que somos todos integrados em algo único: nós somos a natureza. Cuidar de si é cuidar do planeta e viceversa, cuidar daquilo que está fora de nós é também cuidar do que está dentro. Só assim alcançaremos o equilíbrio necessário que tanto necessitamos para este momento de transformação. Chega de deixar para depois, é hora de encerrar os ciclos que já não fazem mais razão de ser e plantar as sementes daquilo que você espera colher daqui em diante.
Laissa Bresciani
Astróloga, Psicopedagoga e Terapeuta integrativa
@evoluzen
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