Com a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro de 2025, em Belém, o ecossistema de startups do Brasil assume papel estratégico no debate sobre inovação, sustentabilidade e desenvolvimento econômico. Dados da Abstartups (Associação Brasileira de Startups) revelam que mais de 65% das startups brasileiras nunca receberam aportes financeiros, evidenciando o desafio de acesso a capital — especialmente relevante para os negócios de impacto socioambiental. Entre as que já captaram, cerca de 39,8% receberam apoio de investidores-anjo, seguidas por programas de aceleração e fomento público.
Atualmente, os setores mais representativos no país são edtechs (10,1%), fintechs (9,7%) e healthtechs (9,2%), com 82,7% dos empreendimentos voltados ao modelo B2B ou B2B2C. Em relação à maturidade, aproximadamente 29,9% das startups estão na fase de tração, 25,1% em operação e 20,7% em validação. Apesar da concentração no Sudeste, iniciativas do Norte e Nordeste começam a ganhar protagonismo, sobretudo em projetos ligados à bioeconomia e à valorização da floresta em pé.
O avanço das chamadas greentechs ou Startups Verdes, que oferecem soluções de baixo carbono, restauração florestal, economia circular e bioeconomia, mostra a capacidade de resposta das startups brasileiras aos desafios climáticos. Eventos como o Startup Day, realizados em Belém e em outros estados do Brasil, têm impulsionado negócios sustentáveis, conectando empreendedores a investidores e políticas públicas.
“O Brasil tem um ativo único no mundo: a biodiversidade — e a capacidade de transformá-la em soluções de impacto global. As startups são protagonistas nesse processo porque unem inovação, agilidade e propósito. A COP30 é a oportunidade de mostrar ao mundo que o ecossistema brasileiro pode ser referência em tecnologias sustentáveis, desde a Amazônia até os grandes centros urbanos. Mas, para isso, precisamos superar barreiras de investimento, ampliar o acesso a capital empreendedor e garantir políticas públicas que fomentem essa agenda”, afirma Lindomar Goes, presidente da Abstartups.
Segundo a entidade, os principais desafios para ampliar o impacto positivo do setor incluem o acesso a financiamento, a descentralização das iniciativas para além do eixo Sudeste e o fortalecimento de mecanismos de suporte — como incubadoras, aceleradoras e hubs de inovação verde. A expectativa é que a COP30 se torne um catalisador para a atração de investimentos internacionais, cooperação técnica e visibilidade das soluções desenvolvidas no país.
Para Lindomar, o momento é decisivo: “Se quisermos que as startups brasileiras sejam parte real da solução climática, precisamos de um ecossistema integrado, com capital, apoio institucional e visibilidade internacional. O futuro sustentável do Brasil depende de como conseguimos conectar esses pontos agora”.
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Bruna Cruz Faraco
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