A indústria brasileira ampliou em 35% os aportes em mídia digital nos últimos quatro anos, segundo levantamento da Agência Tipo, especializada em marketing industrial, realizado com mais de 50 empresas respondentes de diferentes segmentos. A amostra reúne companhias de Bens de Capital e Equipamentos (26,5%), Outros Setores Industriais (17,6%), Indústria da Transformação (14,7%), Metalurgia e Siderurgia (11,8%), Serviços (8,8%), Logística e Armazenagem (8,8%), Materiais de Construção (5,9%), além de Arte e Cultura (2,9%) e Petróleo e Gás (2,9%). O crescimento acompanha o avanço da Indústria 4.0 e reflete a busca das fábricas por eficiência e competitividade em cadeias produtivas cada vez mais globais e digitais.
Mais do que iniciativas pontuais, esse movimento consolidou a digitalização como pilar estratégico do setor. Além de reduzir custos operacionais e acelerar vendas, empresas que apostam em processos digitais têm ampliado seu potencial de acesso a crédito e sustentado faturamentos milionários mesmo em contextos de alta volatilidade.
Casos recentes ilustram a força dessa tendência. A Roder Brasil incorporou SEO, inbound marketing e mídia de performance à sua estratégia e acrescentou R$ 11 milhões ao faturamento de 2024. Já a Cabomaq Forestieri registrou um avanço expressivo: em apenas 12 meses, o tráfego do site cresceu 500%, passando de 5 mil para 33 mil acessos mensais, impulsionado por conteúdos técnicos direcionados a engenheiros, eletricistas e compradores.
A transformação acompanha uma curva global: segundo a Agência de Notícias da Indústria, soluções digitais movimentaram US$ 1,77 bilhão em 2022 e devem alcançar US$ 5,62 bilhões até 2028. Empresas como Acro Cabos e Metalúrgica Delgo também vêm consolidando o digital como pilar estratégico de crescimento para acelerar vendas.
“As indústrias já entenderam que não é mais possível depender apenas da força comercial tradicional. A jornada de compra do setor é complexa e envolve múltiplos decisores. Estar bem posicionado digitalmente deixou de ser diferencial para se tornar requisito básico de competitividade”, explica Guilherme Oliveira, fundador da Agência Tipo.
Segundo ele, o efeito é direto na margem de contribuição e na escalabilidade: “Quando mídia paga, SEO e inbound trabalham juntos, o marketing deixa de ser despesa e passa a ser linha de receita, reduzindo CAC, acelerando vendas e ampliando margem”.
No último ano, a digitalização reforça o peso da indústria na economia nacional: o setor é responsável por 25,5% do PIB brasileiro, de acordo com dados da CartaCapital. Com a atual consolidação da Indústria 4.0 e a pressão por eficiência, a Agência Tipo projeta que os aportes em marketing digital da indústria devem manter trajetória de alta nos próximos anos, fortalecendo visibilidade, reputação e desempenho comercial das empresas do setor.
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LEANDRO TELES
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