Equipe do Cesuca realiza pesquisa sobre a qualidade da água do Rio Gravataí

Análises iniciais revelam dados importantes sobre os desafios ambientais enfrentados pelo rio

JOCELINE ALEMAR | MÁQUINA DA NOTÍCIA
12/09/2025 13h33 - Atualizado há 4 horas

Equipe do Cesuca realiza pesquisa sobre a qualidade da água do Rio Gravataí
Divulgação Governo do Estado do RS
Pesquisadores dos cursos de Biomedicina e Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesuca estão conduzindo um estudo para monitorar a qualidade da água do Rio Gravataí, considerado, desde 2012, um dos rios mais poluídos do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Intitulada "Análises Físico-Químicas, Microbiológicas e Ecotoxicológicas da Água do Rio Gravataí – RS", a pesquisa busca analisar e identificar possíveis contaminantes emergentes, como antibióticos, patógenos multirresistentes e os efeitos toxicológicos das amostras coletadas no rio.
Liderado pela Coordenadora do curso de Biomedicina do Cesuca, Profa. Dra. Gabriela Zimmermann Prado Rodrigues, o estudo foi conduzido em dois pontos amostrais para a coleta de água. O Ponto 1 fica próximo à nascente do rio, em Viamão; já o Ponto 2 está localizado em uma área industrializada e urbana, na divisa entre Porto Alegre e Canoas.
“Nosso objetivo é gerar conhecimento que permita compreender a complexidade ambiental do Rio Gravataí e, ao mesmo tempo, envolver nossos alunos em um processo de aprendizado prático e significativo", explica a professora. "Os resultados preliminares já nos fornecem informações sobre os desafios enfrentados por este importante corpo hídrico”, considera Gabriela.

Nas análises físico-químicas, os resultados destacam a presença de alto nível de cobre no Ponto 1 e de bisfenol A e estradiol no Ponto 2. Essas substâncias podem impactar negativamente a saúde humana e ambiental. Já as análises microbiológicas identificaram, até o momento, cepas de Escherichia coli com perfil multirresistente em ambos os pontos, bem como Staphylococcus coagulase negativa resistente à vancomicina, um antimicrobiano utilizado como principal alternativa para o tratamento de infecções graves, como meningites, por exemplo.
Gabriela ressalta que os dados obtidos até agora evidenciam a necessidade de monitoramento contínuo e ações preventivas para mitigar os impactos ambientais e proteger a saúde pública.
“Microrganismos resistentes representam um problema de saúde única. Estudos ambientais visam auxiliar na tomada de decisões públicas, incluindo na informação para a população; neste estudo, identificamos a presença microrganismos resistentes a antimicrobianos no ambiente devido ao uso excessivo e indevido destes fármacos na medicina humana e veterinária”, destaca Gabriela.
O reconhecimento do Rio Gravataí como um dos mais poluídos do país se dá por diferentes razões: lançamento de esgoto doméstico sem tratamento, despejo de resíduos industriais, uso excessivo de agrotóxicos e urbanização desordenada. Embora as inundações possam agravar a situação, esses fatores estruturais são os principais responsáveis pela degradação ambiental.
A pesquisa, que integra também atividades de pós-doutorado da professora, está sendo realizada em parceria com outras instituições e seguirá ao longo de 2025. Em julho, foi realizada mais uma coleta de amostras, com objetivo de avaliar os possíveis impactos das recentes inundações. Outra coleta será realizada em outubro, a fim de monitorar a evolução dos parâmetros analisados.
Os primeiros resultados do estudo foram apresentados em junho no IV Congresso Latino-americano de Toxicologia Clínico-Laboratorial (TOXILATIN 2025), realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O evento, de grande relevância científica na América Latina, reuniu especialistas para discutir os desafios emergentes da toxicologia.

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JOCELINE ELOINA DOS SANTOS ALEMAR
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